Enigma da esfinge permanece: Powell não fornece respostas sobre quando os juros americanos serão reduzidos
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), discursou na Universidade de Stanford nesta quarta-feira (03), em um fórum sobre negócios, governo e sociedade. O discurso era aguardado com a esperança de que ele trouxesse boas notícias.
No entanto, Powell optou por uma abordagem mais cautelosa, mantendo-se reticente sobre quando os cortes serão realizados e reiterando o fato da inflação americana estar acima da meta de 2%.
“Não esperamos que seja apropriado reduzir as taxas de juros até termos maior certeza de que a inflação está sendo reduzida de forma sustentável em direção à meta de 2%”, afirmou o presidente do Fed, destacando que os cortes poderão ser realizados em algum momento deste ano.
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Para ele, apesar das preocupações, os dados não mudam o fato dos Estados Unidos (EUA) viverem um cenário de crescimento sólido, inflação em direção à meta de 2% e mercado de trabalho forte, mas em reequilíbrio.
Novamente, Powell citou os riscos de reduzir a política monetária muito cedo ou tarde demais, o que causaria riscos à economia norte-americana. Mas reiterou que acredita que ela está funcionando de maneira esperada.
Crença de que juros americanos serão cortados em junho aumenta
O CME FedWatch Tool, ferramenta que analisa as probabilidades para os cortes nas taxas de juros americanas, atualmente entre 5,25% e 5,5%, mostrava antes das falas de Powell uma chance de 57,8% para reduções em junho.
Após o evento, a chance de cortes para a data passou para 62,5%.
Em resposta, os mercados ao redor do mundo também reagiram. O Ibovespa (IBOV), que iniciou esta quarta em queda de mais de 1%, ganhou 1200 pontos entre 13h10 e 14h40.
Às 15h33, o índice voltava a cair, apresentando recuo de 0,17%, em 127.357 pontos.
A Nasdaq, Bolsa de Valores de Nova York, operava em alta de 0,48%, também às 15h33.
Enquanto isso, o dólar americano ante o real apresenta queda desde o início do discurso de Powell, às 13hs. Às 15h38, a moeda apresenta queda de 0,33%, a US$ 5,04.
Fed tenta buscar afastamento da política americana
Jerome também abordou a independência política do Fed, afirmando que ela é necessária para tomar as medidas em um cenário de longo prazo, e não com base em objetivos políticos. Ele também afirmou que Bancos Centrais independentes conseguem servir de forma mais eficiente à economia.
“Nossas análises são livres de percepções pessoais e políticas”, afirmou.
A Inteligência Artificial (IA) e seus efeitos na economia também foram abordados. Com o presidente do Fed acreditando que ainda é cedo para dizer se ela aumentará a produtividade, mas que é possível que sim.
Ele acrescentou que, caso a produtividade aumente, outra pergunta que deverá ser feita é se ela substituirá empregos.