Comprar ou vender?

Engie mandou bem no 3º trimestre, mas analistas não se empolgam

06 nov 2021, 21:00 - atualizado em 06 nov 2021, 21:00
Engie
O resultado foi positivamente influenciado pelo reconhecimento de R$ 372 milhões referentes ao acordo do risco hidrológico nas usinas em que a companhia detém 100% do controle (Imagem: REUTERS/Charles Platiau)

Engie Brasil (EGIE3) registrou lucro líquido de R$ 639 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 30,4% em comparação com o mesmo período de 2020, mas não empolgou os analistas de mercado consultados pelo Money Times. Ainda assim, a média dos preços-alvos para as ações, de R$ 48,10, sugere um potencial de valorização de aproximadamente 22%.

O resultado foi positivamente influenciado pelo reconhecimento de R$ 372 milhões referentes ao acordo do risco hidrológico nas usinas em que a companhia detém 100% do controle.

No trimestre, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) aumentou 18,5%, para R$ 1,698 bilhão. Sem os ajustes, o Ebitda ficou em R$ 1,749 bilhão, alta de 22,1%.

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Avaliações

“O lucro líquido foi negativamente impactado por piores resultados financeiros principalmente devido ao ajuste monetário sobre a dívida e novas dívidas emitidas, mas ajudado pela contribuição melhor do que o esperado da TAG (+34% do que as expectativas do CS) e menor taxa de imposto efetiva”, avaliam Carolina Carneiro  e Rafael Nagano, analistas do Credit Suisse.

O banco suíço recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 47,40 para 12 meses.

“O resultado operacional da companhia veio aquém às nossas expectativas em função da maior realização de compras de energia para suprir as necessidades de seu balanço energético, afetado pela atual crise hídrica”, pontua a Ativa Investimentos em uma análise assinada por Ilan Arbetman. Ele possui a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 47.

“Temos uma avaliação neutra dos resultados da Engie, embora o lucro líquido tenha superado nossas estimativas devido aos eventos não recorrentes, os resultados operacionais ficaram um pouco abaixo de nossos números”, diz a XP Investimentos em uma análise assinada por Victor Burke e Maíra Maldonado. A XP tem indicação neutra, com preço-alvo de R$ 49.

“Vale mencionar que a nossa recomendação é derivada quase que totalmente do fato de termos preferência sobre outro nome do setor, a Cesp (CESP6). Não achamos a Engie um case caro – na realidade achamos que a empresa negocia à níveis interessantes e, como de costume, vem fazendo muito bem o seu dever de casa ao tocar o negócio de geração e abraçar oportunidades tanto na compra e venda de ativos não estratégicos (como a recente venda de uma de suas termoelétricas)”, pontua a Genial Investimentos. A corretora tem a sugestão neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 49.