Engie (EGIE3): Espere menos dividendos, vê Itaú; retornos podem cair pela metade
A compra de usinas solares, no valor de R$ 3,24 bilhões, pela Engie (EGIE3) pode comprometer o pagamento de 100% dos seus lucros em dividendos, vê o Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
De acordo com os analistas, a maioria dos investidores que compraram a ação estavam ansiosos para ver a Engie atingindo um pagamento de 100% neste ano, o que parece improvável agora.
“Supondo que a empresa reduza seu pagamento ao nível mínimo já praticado (55%), o rendimento médio dividendos será de 6,4% para 2023-2024, em comparação com a previsão anterior de um rendimento de 12% no cenário de um pagamento de 100%”, explica.
Além disso, os analistas dizem que a compra é neutra para a companhia.
De acordo com a empresa, os ativos adquiridos tem capacidade instalada total de 545 MWac e estão instalados em Juazeiro (situado na Bahia), São Pedro (Bahia), Sol do Futuro (Ceará), Sertão Solar (Bahia) e Lar do Sol (Minas Gerais).
O diretor presidente da companhia, Eduardo Sattamini, ressaltou que o negócio é mais um passo alinhado à execução da estratégia do grupo de continuar “crescendo em energia renovável no Brasil”.
Com base em avaliação inicial, o Itaú calcula um VPL (valor presente líquido) de R$ 100 milhões para a transação, o que implica uma TIR (taxa interna de retorno) real de 8,9%.
“A carteira altamente contratada dos ativos adquiridos, com seus atraentes preços de venda de energia, poderiam ter levado a uma rica avaliação implícita para os ativos, particularmente num momento em que os preços da energia no mercado estão em mínimos históricos”, explicam os analistas.
Procurada pelo Money Times, a Engie não respondeu. O espaço segue aberto caso a empresa queira se pronunciar.
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Impacto para a Engie
De acordo com a Engie, a aquisição de ativos em operação, com energia contratada, tornou-se uma opção atrativa para expandir os negócios nesse momento do mercado.
“A forma como conduzimos processos de aquisição é orientada por uma ampla análise de riscos, que leva em consideração os aspectos ambientais, sociais, de governança e da nossa disciplina financeira, tendo como objetivo a continuidade de geração de resultados positivos de forma sustentável”, comentou.
Com Kaype Abreu