Engie (EGIE3) ou Auren (AURE3): Qual poderia comprar a AES Brasil, segundo Bradesco
Embora não seja exatamente uma surpresa, a possível saída da AES Brasil (AESB3), noticiado por Lauro Jardim, do país deixou investidores preocupados.
Isso porque apesar de não ser a favorita entre analistas, a empresa possui uma forte participação de investidores pessoa física, entre eles Luiz Barsi, que possui 5% da companhia.
Até o momento, a elétrica não confirmou e nem negou a informação, afirmando apenas que sua controladora, AES Corp, avalia alternativas para financiar o crescimento da companhia e melhorar sua estrutura de capital.
Em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (5), o Bradesco BBI fez uma simulação de possíveis compradores da companhia. Ao todo, a AES possui capacidade instalada total de 5,2 GW, sendo 2,7 GW hídrico, 2,2 GW eólico e 0,3 GW solar.
A corretora aproveitou o momento para rebaixar o preço-alvo da companhia de R$ 10,5 para R$ 9,30, o que implica potencial de queda de 12%, com recomendação neutra.
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AES Brasil: Quem poderia comprar?
Na opinião do Bradesco, a lista de compradores poderia incluir Auren (AURE3), Engie (EGIE3) e até mesmo CTG.
Por outro lado, NEVA, Eletrobras (ELET6), CPFL (CPFE3) e Neoenergia (NEOE3) estariam fora do páreo, pois “essas empresas provavelmente não consideram a AES Brasil uma boa opção ou têm seus próprios desafios que vão desde a alta alavancagem até a necessidade de se concentrar em sua própria reestruturação”.
“Dependendo de quem compra a AES Brasil, existe espaço para adicionar cerca de R$ 1,64 (16% do nosso preço-alvo) em eficiências de despesas/custo da dívida. Para Auren, poderia haver um potencial adicional de pelo menos R$ 0,20 no uso mais rápido de créditos fiscais”, explica.
Para os analistas, quem quiser comprar a AES, precisa ter em mente o tamanho do seu endividamento, hoje em dívida líquida/EBITDA ajustado de 5,4x, o que o Bradesco classifica como alto, além do fato da elétrica precisar de investimentos.
“Isto é agravado pelo fato de a AES Brasil ter de refinanciar cerca de R$ 5,6 bilhões no exercício financeiro de 24/25”, discorrem.
No caso da Engie, afirma o Bradesco, a “nova companhia” combinada teria uma relação dívida líquida/EBITDA no ano 24/25 ligeiramente abaixo do seu covenant de 3,5x -o investimento de expansão do ano fiscal 24/25 da Engie é alto.
No caso da Auren, a “nova companhia” combinada começaria com a dívida líquida/EBITDA mais alta em 4,1x no ano fiscal de 2024, mas cairia para 3,1x no ano fiscal de 2025, já que o investimento da Auren é pequeno daqui para frente e AES Brasil começa a gerar caixa no ano fiscal de 24/25, destacam.