Engie aponta contratempos em processo para vender termelétricas a carvão no Brasil
A francesa Engie (EGIE3) tem enfrentado algumas dificuldades para fechar a venda de dois ativos termelétricos a carvão no Brasil, o complexo Jorge Lacerda e a usina Pampa Sul, disse um executivo do grupo durante teleconferência com investidores nesta quarta-feira.
A Engie Brasil Energia, subsidiária local da empresa, passou a buscar compradores para as térmicas em meio a uma estratégia de “descarbonização”, que visa focar investimentos em fontes renováveis, como usinas eólicas e solares, e no setor de gás natural, o combustível fóssil com menores emissões.
Mas o processo de negociação de Pampa Sul foi paralisado temporariamente após a usina ter apresentado desempenho operacional abaixo do esperado ao iniciar a geração de energia.
“Agora o processo se dividiu em dois. Temos o complexo Jorge Lacerda e Pampa Sul. Pampa Sul está pausado ainda… agora estamos esperando alguns meses de desempenho operacional com fator de capacidade mais elevado para poder levar esse ativo à venda”, disse o gerente de Relações com Investidores da companhia, Rafael Bósio.
Ele projetou um retorno das negociações pela térmica ainda em 2020.
Já o complexo Jorge Lacerda segue em processo de venda, com a Engie inscrevendo o ativo em leilões do governo agendados para 30 de abril, que oferecerão contratos de 15 anos para empreendimentos termelétricos a gás e carvão.
Segundo Bósio, muitos dos interessados gostariam de um contrato de venda de energia de longo prazo para o empreendimento.
“Uma das medidas que tomamos… foi inscrever Jorge Lacerda no leilão para poder ter um contrato e oferecer esse contrato a um potencial interessado”, afirmou.
A Engie tem buscado a venda dos ativos desde 2017.