Enfim, a Selic começou a cair (e quem sabe ganhar dinheiro vai ganhar ainda mais)
Finalmente a taxa Selic começou a cair. O meio ponto percentual – de 13,75% para 13,25% – ainda é pouco, mas já melhora os ânimos, as perspectivas econômicas e, claro, o próprio mercado financeiro.
O primeiro impacto é mais psicológico do que prático, já que a taxa básica de juros continua muito alta.
Porém, se o Banco Central mantiver o viés de baixa nas próximas reuniões, e tudo indica que manterá, o fluxo de recursos que hoje é atraído para a renda fixa se voltará para a renda variável, o que é bom para o país como um todo, principalmente para alguns setores como o varejista e o de construção civil, que dependem bastante de crédito barato.
Em um país como o Brasil, em que o crediário é parte principal do faturamento do comércio, ter juros baixos é importantíssimo. Até porque o consumidor final só bate o martelo depois de ter certeza de que a prestação cabe no bolso.
Com a taxa de juros nas alturas, naturalmente as parcelas ficam mais altas e isso desestimula o consumo.
Sem contar, que a própria inadimplência das famílias é um fator limitador, o que prejudica bastante o varejo. Até negociar dívidas é difícil em um cenário como este, pois o custo, mesmo com algum desconto, é desvantajoso.
Com juros cada vez menores, esse cenário deve se alterar ao longo dos meses.
As empresas, desde já começam a se preparar e, melhor, com uma perspectiva positiva e cientes de que os preços das ações das redes varejistas brasileiras estão baixos, ou seja, os investidores têm a oportunidade de comprar esses papéis em situação vantajosa para começarem a ganhar daqui a alguns meses.
Para quem pensa a curto prazo, ainda é cedo para se expor ao risco, mas quem visa o longo já pode começar a se mexer. Aliás, essa movimentação por si só contribui com a melhora do setor, já que representa a entrada de mais dinheiro por meio do mercado de capitais.
Sobre a construção civil podemos dizer o mesmo. De março para cá, ela vem apresentando resultados melhores na bolsa por conta da melhora do cenário fiscal e dos planos do governo de reativar o programa Minha Casa, Minha Vida.
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Este setor também depende bastante de financiamento e da boa saúde financeira das famílias, pois é uma indústria muito alavancada. Sendo assim, vale arriscar a compra de ativos neste momento visando lucro no longo prazo.
Costumo dizer que o setor bancário é um dos melhores para se investir na Bolsa brasileira. Eles sabem como ganhar dinheiro e apesar de todas as dificuldades econômicas continuam a obter lucros bilionários.
Acontece que na economia tudo tem um “ponto ótimo”, que é aquele que permite ganhar bastante sem matar “a vaca que produz o leite”. O que isso significa?
Simples, juro alto ajuda banco a ganhar dinheiro, mas em um patamar muito alto prejudica as pessoas, as empresas e, por tabela, o setor financeiro.
O patamar de endividamento dos brasileiros é tão alto, que exige o aumento do provisionamento por parte dos bancos. Além disso, reduz a tomada de crédito, que é a principal fonte de ganhos do setor.
Com a economia quase parando, a lucratividade é menor e os investidores sentem no bolso na hora que recebem dividendos menores. Então, o retorno, mesmo que lentamente da taxa de juros a níveis civilizados, tende a ser bom também para este ramo, sempre atraente, mas que deve ficar ainda melhor.
Se a redução da Selic é boa para os setores já citados, claro que também é favorável para o segmento de shoppings.
Se as lojas voltarem a vender bem, claro que elas vão permanecer nos shoppings e outras devem entrar, reduzindo a taxa de vacância que cresceu durante a pandemia, mas que vem se recuperando de 2022 para cá. Vale a pena dar atenção para este segmento.
Na prática, a redução da taxa de juros tende a melhorar a economia como um todo. Mas esses ramos foram muito pressionados nos últimos meses porque têm atuação doméstica, diferente de empresas que vendem tanto para o mercado interno quanto externo.
As mineradoras, por exemplo, exportam muito e isso garante um bom fluxo financeiro em momentos de crise nacional.
Essa é a razão para os analistas estarem otimistas, pois varejo, shoppings, construção civil, prejudicados que foram nos últimos meses, são os que mais têm a oferecer em termos de rentabilidade daqui para frente.