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Eneva inaugura Unidade de Tratamento de Gás Azulão, no Amazonas

27 set 2021, 15:47 - atualizado em 27 set 2021, 15:47
Eneva ENEV3
A previsão é de que a usina Jaguatirica II entre em operação comercial ainda em 2021, disse à Reuters o diretor de Operações da Eneva, Lino Cançado (Imagem: Facebook/ Eneva)

A Eneva (ENEV3) inaugurou nesta segunda-feira a Unidade de Tratamento de Gás (UTG) Azulão, no campo de mesmo nome em Silves (AM), que enviará o produto por carretas para a geração da usina térmica Jaguatirica II, em Roraima, informou a companhia.

O projeto integrado Azulão-Jaguatirica, cujo investimento total soma 1,8 bilhão de reais, torna possível a comercialização do gás do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, comprado há três anos pela Eneva da Petrobras (PETR4), que o descobriu na década de 90 e o declarou comercial em 2004.

A previsão é de que a usina Jaguatirica II entre em operação comercial ainda em 2021, disse à Reuters o diretor de Operações da Eneva, Lino Cançado.

“Jaguatirica II já entrou fase de comissionamento… Tem uma sequência de testes a serem feitos”, afirmou o executivo, por telefone.

A usina, de 140 MW de capacidade, venceu leilão de energia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para suprimento a Boa Vista (RR) e localidades conectadas em 2019, negociando à época 127 MW de capacidade. O excedente, segundo o executivo, poderá ser comercializado no mercado livre.

Contribuição e menos emissões

A contribuição da térmica será de extrema importância para Roraima, único Estado brasileiro ainda isolado do Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo a companhia, o projeto contribuirá com cerca de 70% do consumo de energia elétrica do Estado.

Cançado destacou ainda que, quando em operação, a termelétrica reduzirá em 35% as emissões de CO2 (Dióxido de Carbono) e 99% de Óxido de Nitrogênio, com a substituição da matriz de geração local, atualmente baseada em diesel, por gás natural.

Além de tornar a matriz mais limpa, o executivo pontuou que o gás produzido pela Eneva ainda substituirá uma parcela de gás importado ao Brasil até então necessária para abastecer Roraima.

Para chegar a Jaguatirica II, o gás é liquefeito no local da extração na UTG Azulão e transportado em carretas com isotanques até Boa Vista, num percurso de 1.100 quilômetros.

Cada carreta tem capacidade para transportar 20 toneladas de gás natural liquefeito (o equivalente a 50 m³ de GNL). Na capital de Roraima, o gás será regaseificado e utilizado para acionar as turbinas da termelétrica de Jaguatirica II. O transporte da carga é sempre feito durante o dia e o percurso tem dois dias de duração.

Novos poços

Em busca de expandir a sua atuação na região, Cançado destacou que a Eneva iniciou neste mês uma nova perfuração de extensão ao campo de Azulão, primeira área produtora de gás na Bacia do Amazonas.

Em seus planos, prevê a perfuração de um total de 5 a 7 poços na Bacia do Amazonas, todos em áreas próximas à Azulão, até meados do próximo ano, com investimentos de 100 milhões de reais.

Azulão possui atualmente uma reserva certificada com recursos provados e prováveis (2P) de aproximadamente 6,3 bilhões de metros cúbicos de gás natural, dos quais 3,6 bilhões de metros cúbicos estão comprometidos com Jaguatirica

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