Eneva avalia leilão A-6 e vê espaço para expansão adicional na Bacia do Parnaíba
A Eneva (ENEV3) avalia disputar um leilão de energia do governo em outubro, o chamado A-6, para tentar viabilizar projeto que prevê expansão de uma termelétrica na Bacia do Parnaíba, no Nordeste, disse à Reuters o diretor de Operações da companhia, Lino Cançado.
A empresa, que arrematou nesta semana seis blocos para exploração de gás em terra na região, em licitação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ainda acredita que a exploração dessas áreas garantirá reservas para futuras expansões adicionais de sua presença no local.
A Eneva opera hoje cerca de 1,8 gigawatt em usinas na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, além de oito campos de gás, sem contar os blocos adquiridos nesta semana, fornecendo combustível para a própria geração.
“É uma bacia que tem vocação termelétrica, seja pela existência do gás, seja pela facilidade de pontos de conexão ao sistema elétrico”, afirmou Cançado.
Segundo ele, a empresa tem licença ambiental para chegar a até 3,7 gigawatts onde estão as térmicas, no chamado complexo do Parnaíba, mas ainda pode explorar outras possibilidades, a depender das descobertas em suas áreas de gás na bacia.
“Existem ainda outros ‘sites’, não necessariamente no complexo Parnaíba. Se as descobertas de gás forem muito longe do Parnaíba, existem alternativas, para projetos menores, com outros pontos de conexão”, explicou.
Eventuais descobertas adicionais poderão fomentar a expansão da capacidade na região ou até uma futura recontratação das usinas que já operam por ali ao final dos contratos originais.
A Eneva tem investido cerca de 100 milhões de reais por ano em exploração de gás, montante que deverá ser mantido nos próximos anos.
Leilão
Para o leilão A-6, em 18 de outubro, no entanto, os planos da Eneva envolvem o chamado “fechamento de ciclo” de uma usina já em operação no Parnaíba, acrescentando cerca de 80 megawatts em capacidade por meio de geração a vapor, que não exige uso adicional de gás.
“Temos um projeto inscrito no leilão, é um fechamento de ciclo… esses projetos se tornam bem competitivos”, afirmou Cançado, que lembrou que a companhia já viabilizou um empreendimento como esse no certame A-6 do ano passado.
“Acreditamos na bacia (do Parnaíba) e temos interesse em seguir investindo em exploração lá. Seja para atender os contratos atuais, seja para dar opções de crescimento à companhia”, afirmou ele, destacando que a empresa tem ganho cada vez mais conhecimento sobre a região.
A Eneva concordou em pagar 3,5 milhões de reais em bônus de assinatura pelos blocos arrematados nesta semana, em leilão de oferta permanente da ANP, no qual foram oferecidos blocos já licitados anteriormente.
Segundo o cronograma da agência, os contratos de concessão devem ser assinados até fevereiro de 2020. O programa exploratório mínimo deverá ser executado ao longo de até seis anos pela Eneva.
Além das usinas no Parnaíba, a empresa tem usinas a carvão no Maranhão e no Ceará e um projeto em implementação em Roraima. A companhia tem capacidade contratada de 2,7 gigawatts, dos quais 81% estão operacionais e o restante em desenvolvimento.
A Eneva tem como principais sócios o BTG Pactual (23%) e a Cambuhy Investimentos (23%), empresa da família Moreira Salles.