Eneva anuncia comercialidade de campo em Parnaíba e estima 6,78 Bcm de gás ‘in place’
A Eneva (ENEV3) apresentou à reguladora ANP nesta sexta-feira a declaração de comercialidade da acumulação Fortuna, que tem potencial para se tornar o segundo maior campo da Bacia do Parnaíba (MA), afirmou à Reuters o diretor de Operações, Lino Cançado.
A descoberta, que deverá ser batizada como campo de Gavião Belo, tem uma reserva “in place” estimada de 6,78 bilhões de metros cúbicos de gás natural, contida em apenas uma única estrutura geológica, o que reduz a necessidade de perfuração de um número maior de poços e o custo de desenvolvimento.
A estimativa “in place” indica o volume total encontrado em um reservatório, mas os percentuais que podem de fato ser extraídos da terra dependem de uma série de questões técnicas e geológicas.
“Estamos falando de uma descoberta que pode representar 20% de todo o volume que já foi descoberto na Bacia do Parnaíba (pela Eneva)…”, disse o diretor, pontuando ainda que é a maior estrutura única encontrada na bacia, com 37 quilômetros quadrados.
A empresa iniciou suas atividades na região em 2009, e já declarou a comercialidade de outros nove campos, que somam juntos cerca de 35 bilhões de metros cúbicos de gás natural.
“(Fortuna) foi uma descoberta super importante, com potencial de ser o segundo maior campo da Bacia do Parnaíba.”
Segundo Cançado, Gavião Belo deverá perder apenas para o campo de Gavião Real, um dos principais campos produtores de gás em terra do país.
Inicialmente o campo seria chamado de Gavião Carcará, mas a ANP solicitou sua alteração.
Campanha Exploratória
A declaração de comercialidade foi apresentada pouco mais de um ano após a assinatura do contrato de concessão da área da Eneva com a ANP, no ano passado. Gavião Belo está bloco PN-T-102A, ofertado em leilão de oferta permanente em 2019.
A empresa já realizou 66 km de sísmicas 2D sobre a estrutura e perfurou dois poços, o descobridor e um segundo poço de extensão. No segundo poço, Cançado afirmou que pôde ser identificado resultado semelhante ao dos melhores poços da companhia na bacia.
A empresa afirmou também que dois poços de extensão e 54 Km de sísmicas adicionais já estão planejados para completar a avaliação da descoberta. Um primeiro poço será perfurado ainda neste ano e o segundo está programado para após a realização da sísmica, em 2022.
A companhia contará com a sonda Oil 120, da companhia Great Holdings, que deverá realizar perfurações também em outras ativos da Bacia do Parnaíba.
A unidade de perfuração está contratada por até 24 meses e deverá realizar um total de 11 poços, considerando ainda dois poços de extensão no campo de Gavião Tesoura e um no campo de Gavião Branco.
De acordo com Cançado, uma descoberta desta qualidade abre novas perspectivas para os sete outros blocos da Eneva na porção centro-sul da bacia, em área geológica conhecida como Formação Cabeças.
“Dos nove campos da Eneva, só um produzia na Formação Cabeças, que é o Gavião Azul… E a formação Cabeças era tida como de menor potencial, com propriedades petrofísicas mais pobres do que o Poti, que é o principal reservatório do centro da bacia”, afirmou.
“Nesse caso, essa descoberta foi feita no Cabeças, e no Cabeças de altíssima qualidade, que está mais ao sul da bacia… isso abre uma perspectiva nova para outros blocos.”
A Eneva já informou a comercialidade à ANP e solicitou à agência o aval para batizar a acumulação de gás como Campo de Gavião Belo. A companhia tem até 180 dias para apresentar o Plano de Desenvolvimento do campo para a agência.
(Atualizada às 15h04)