Energisa: taxa interna de retorno de 9,1% agrada, e Safra vê espaço para ação subir 37%
O Safra participou da reunião anual de investidores da Energisa (ENGI11), que anunciou uma nova estratégia no setor elétrico. O plano da empresa, batizado de 4 D’s, levanta quatro pontos principais: Diversificação, Descentralização, Digitalização e Descarbonização.
A companhia pretende diversificar suas fontes de energia por meio de investimentos em geração solar e expansão das operações de distribuição. Pelos serviços de descentralização, a administração destacou as operações dentro de regiões mais isoladas do Amazonas, onde a distribuição de energia, que não é ligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ocorre pela junção de plantas de energia solar menores com redes elétricas pequenas. De acordo com a Energisa, essa solução pode ser expandida para as áreas urbanas.
No caso da digitalização, o processo já estava ocorrendo e foi, inclusive, acelerado pela pandemia de covid-19. A Energisa tem procurado melhorar a Gisa, sua assistente digital, e adotou o WhatsApp como alternativa de atendimento a consumidores de baixa renda.
No evento, a empresa aproveitou para anunciar a Voltz, sua nova startup de serviços bancários. O objetivo da Energisa é reduzir os custos de cobranças e as tarifas por meio da internalização dos processos a partir da alavancagem do Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC).
“A Energisa paga cerca de R$ 80 milhões por ano em tarifas de transferência, e a Voltz pode ser um veículo para a redução desses custos”, avaliou Daniel Travitzky, analista do Safra. “A Voltz vai iniciar dentro do ecossistema da Energisa e já conta com potenciais clientes, uma agenda de crescimento definida e suporte do grupo”.
Por fim, as iniciativas de descarbonização envolvem reduzir o uso de carbono baseado em combustíveis e adotar cada vez mais as fontes de energia solar.
Níveis atraentes
O Safra defendeu a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) à Energisa, com preço-alvo em 12 meses de R$ 57. O banco vê retorno total de 37% para a ação.
“Vemos os preços atuais a níveis bem atraentes, com uma taxa interna de retorno real de 9,1%”, disse Travitzsky.