Energisa (ENGI11): XP inicia cobertura com recomendação de compra e espera que ações subam 40%
De olho nas ‘queridinhas’ de dividendos do setor elétrico, a XP iniciou a cobertura da Energisa (ENGI11) com recomendação de compra das ações.
O preço-alvo é de R$ 67 — o que representa um potencial de valorização de 40,5% em relação ao preço do fechamento desta terça-feira (27) — e uma Taxa de Interna de Retorno (TIR) real de 11,6%.
Nesta quarta-feira (28), as ações ENGI11 fecharam com leve alta de 0,40%, a R$ 47,89. Acompanhe o Tempo Real
Para a corretora, a Energisa, assim como a Equatorial (EQTL3), tem um histórico “impressionante” de aquisições no segmento de distribuição, “adicionando concessões problemáticas ao seu portfólio e implementando turnarounds bem-sucedidos”.
Os analistas destacam que essas operações têm resultado em redução de perdas e inadimplência, além de cortes nas despesas operacionais (opex) e melhoria nos indicadores de qualidade.
“Ao analisar os indicadores de qualidade e rentabilidade, a melhora é clara, com quase todas as concessões apresentando desempenho acima de seu [lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação] Ebitda regulatório”, escrevem os analistas Vladimir Pinto e Bruno Vidal em relatório.
Energisa: o que esperar à frente
Além dos bons resultados nas aquisições, a XP vê o potencial crescimento do consumo de energia como um fator positivo para Energisa.
Para os analistas, o aumento da demanda de energia elétrica, principalmente com a penetração do ar-condicionado nas residências nos estados em que a companhia atua, pode resultar em retornos adicionais significativos.
Além disso, a Energisa vem adotando a estratégia de multi-utilities, com foco na distribuição de gás natural — o que pode se tornar uma “grande oportunidade”.
“O gás natural no Brasil ainda é um combustível subutilizado, mas com os aprimoramentos regulatórios e tecnológicos necessários, deve representar uma grande oportunidade para a Energisa – que recentemente adquiriu a ES Gás e a Infra Gás”, diz o relatório.
Os analistas também consideram que no ambiente regulatório, o decreto nº 12.068 sobre Renovações de Concessões de Distribuição afastou o principal risco para a Energisa, já que a companhia tinha cerca de 60% de sua Base de Remuneração Regulatória (RAB) impactada.
Equatorial e Sabesp
No mesmo relatório, os analistas afirmam que a Equatorial, que também iniciou uma abordagem multi-utilities, tem focado nas Concessionárias e Saneamento.
Recentemente, a companhia se tornou acionista de referência da Sabesp (SBSP3) com a aquisição de 15% de participação na empresa de saneamento básico de São Paulo.
A operação, na avaliação da XP, tem um alto potencial de extração de valor por meio da redução de despesas operacionais (opex) e melhoria da gestão regulatória.
“Além disso, observamos que o principal risco é a implementação de um ambicioso plano de despesa de capital (capex) de cerca R$ 70 bilhões para universalizar os serviços até 2029.”
Com isso na mesa, a XP revisou o preço-alvo para EQTL3 para R$ 46,00 — um potencial de valorização de 31% em relação ao preço de fechamento da véspera (27). A Taxa Interna de Retorno (TIR) real é de 12%.