Energisa (ENGI11) vai fazer “uma coisa de cada vez” no setor de gás, diz CEO
A capixaba ESGás foi adquirida nesta sexta-feira pela elétrica Energisa (ENGI11) por 1,42 bilhão de reais, marcando a entrada da elétrica no mercado de distribuição de gás canalizado, em um movimento importante de diversificação dos negócios da companhia mirando a tendência de transição energética de seus clientes.
A companhia adquiriu em leilão de privatização da distribuidora as participações de 51% do Estado do Espírito Santo e os 49% da Vibra Energia.
O ativo foi disputado a viva voz com outra participante do leilão, a empresa colombiana Promigas, representada pela GR RJ 010. O lance vencedor da Energisa significou um ágio de 7,28% frente ao valor mínimo de outorga fixa.
Com a aquisição, a Energisa complementa seu portfólio de produtos com mais soluções energéticas associadas ao gás, devendo aplicar sua expertise em redes e atendimento ao cliente final para crescer as operações da ESGás, disse o presidente da companhia, Ricardo Botelho.
“Queremos ser protagonistas da transformação energética… E o passo que demos hoje, com aquisição da ESGás, representa uma alavanca para a materialização desse propósito”, disse Botelho, após o certame.
A Energisa atua hoje nos principais segmentos do setor elétrico, tendo sua maior operação na área de distribuição de energia, com 11 concessões que atendem o equivalente a 10% da população brasileira.
A empresa também opera nas áreas de transmissão, geração centralizada e distribuída e comercialização.
“Vemos muita similaridade com os negócios de rede de distribuição que temos… A parte de lidar com regulação econômica e técnica também é muito semelhante”, comentou Botelho, mencionando ainda que o Espírito Santo é um dos Estados com a regulação mais propícia para desenvolver negócios no mercado livre de gás natural.
Quando assumir a ESGás, passará a distribuir gás canalizado a 70 mil clientes capixabas dos segmentos residencial, comercial, industrial, automotivo e termelétrico.
A companhia tem interesse em crescer ainda mais no mercado de distribuição de gás, que apresenta outras oportunidades de privatização, mas vai fazer “uma coisa de cada vez”, disse o executivo.
“Temos muito trabalho pela frente… Não gostaria de comentar sobre o que ainda não vimos”, afirmou, ao ser questionado sobre o interesse da companhia em participar do leilão de privatização da distribuidora paranaense Compagas.
O ingresso no novo setor também poderá ajudar a Energisa a desenvolver negócios em biogás e biometano, atividades consideradas correlatas e que já vinham sendo estudadas pela companhia.
“Isso pode ser desenvolvido no próprio Estado do Espírito Santo… mas também em outros locais”.
Em relação ao funding para a aquisição, o CEO da Energisa disse ainda que a companhia possui caixa para fazer frente ao montante de 1,42 bilhão de reais, e que os níveis atuais de alavancagem estão “sob controle”.
(Atualizada às 17:13)