Energisa (ENGI11) mais do que dobra receita com transmissão de energia com aquisição da Gemini
A receita da Energisa (ENGI11) no segmento de transmissão de energia mais do que dobrará com a aquisição dos ativos da Gemini Energy, anunciada na quinta-feira à noite.
Segundo apresentação realizada nesta sexta-feira, a receita anual permitida (RAP) do grupo passará de 313 milhões de reais para 676 milhões de reais com a incorporação de três transmissoras da Gemini.
Em teleconferência, o diretor financeiro da Energisa, Maurício Botelho, afirmou que a transação está alinhada à estratégia da companhia de diversificar seus negócios além da distribuição de energia.
Para ele, os ativos da Gemini apresentam potenciais sinergias com lotes de transmissão que serão oferecidos em leilões, sobretudo no Amapá e no Pará, posicionando a companhia de forma mais competitiva em disputas futuras.
“Não vamos parar por aqui, vamos ficar atentos às oportunidades (em transmissão)… Um dos projetos do próximo leilão é a duplicação de uma linha que vai do Amapá ao Pará, é uma oportunidade”, indicou.
Questionado sobre potenciais passivos relacionados ao apagão do Amapá na LMTE, um dos ativos da Gemini que foram adquiridos, o executivo disse que ainda há controvérsia sobre a responsabilidade da transmissora nesse evento.
Segundo Botelho, a apuração sobre o apagão do Amapá ainda está em curso, com demandas judiciais envolvendo vários atores, como ONS, Aneel e a distribuidora CEA.
Ocorrido no final de 2020, o blecaute afetou praticamente todos os municípios do Estado, deixando grande parte da população sem energia ou com fornecimento intermitente por mais de 20 dias.
Alavancagem
A aquisição da Gemini representará um aumento da alavancagem consolidada da Energisa em 0,3 vez a dívida líquida sobre Ebitda. De acordo com o diretor financeiro, o indicador ainda se encontra em um patamar confortável.
A aquisição envolve 822,6 milhões de reais, considerando ainda a assunção de dívida de 1,7 bilhão de reais.