Energias do Brasil: queda no lucro não assusta analistas, que elogiam resultado
A primeira vista, os resultados da Energias do Brasil (ENBR3) parecem não ter sido tão bons. A elétrica, que opera nos estados de São Paulo e Espírito Santo, viu o Ebitda, que mede o resultado operacional, cair 10,2%. A receita também seguiu a tendência e encolheu 11,8% no trimestre.
Apesar da queda, os números reportados foram suficientes para deixar os analistas satisfeitos. Para a XP, os valores da elétrica vieram além das expectativas.
O lucro líquido, por exemplo, de R$ 299,8 milhões ficou bem acima do esperado pela corretora (R$ 221,1 milhões) e do consenso de R$ 234,8 milhões, refletindo principalmente a melhor performance nas linhas de resultados operacionais.
“Temos uma visão positiva dos resultados da Energias, dado que os números de Ebitda e lucro vieram acima das nossas expectativas como resultado de um forte controle de custos gerenciáveis (aqueles sobre os quais a companhia tem espaço de gestão para reduzir)”, afirmaram os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado.
O Safra também elogiou o balanço da elétrica. O Ebitda ficou 27% acima das estimativas da casa de análise e 6,9% acima do consenso.
No relatório, o analista Daniel Travitzky explica que os bons números foram impulsionados por R$ 25 milhões da atualização de ativos financeiros e por R$ 84 milhões de construção de linhas de transmissão.
“Esperamos uma reação neutra do mercado sobre os resultados gerais em linha com as expectativas”, afirmou.
Ele também destaca que o nível de inadimplência – que gera preocupações devido a crise econômica provocada pela pandemia – ficou misto e atingiu R$ 32 milhões (13,5% abaixo das estimativas), com uma queda de 22% em São Paulo e alta de 18% no Espírito Santo.
O volume de energia distribuída apresentou redução de 3,5% em consequência das medidas de prevenção e de distanciamento social adotadas no país.
“Ainda assim, ao fazer a comparação com os trimestres anteriores, já é possível verificar uma tendência de retomada do consumo, decorrente da reabertura progressiva do comércio e recuperação da indústria”, afirmou o CEO da Energias, Miguel Setas, na mensagem da administração.
Energias ainda sustenta a recomendação de compra?
Travitzky argumenta que o início de projetos de transmissão deve impulsionar os resultados daqui para frente.
O BTG reiterou a recomendação outperform (acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 21,5, potencial de valorização de 22,8%.
Já a XP manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 21 por ação.
Por volta das 14h40, as ações da Energias do Brasil operavam em queda de 0,80%, a R$ 17,36.