Energia Elétrica

Energia elétrica: Brasil é o 2º país com a conta mais cara no mundo

20 jul 2022, 12:06 - atualizado em 20 jul 2022, 12:33
Energia Elétrica
O custo de energia elétrica no Brasil aumentou 47% nos últimos cinco anos (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O custo de energia elétrica no Brasil aumentou 47% nos últimos cinco anos, segundo pesquisa realizada pela plataforma Cupom Valido, com base nos dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) sobre o custo da energia no país.

De acordo com o estudo, o aumento significativo fez com que o país assumisse o 2ª lugar no ranking mundial do custo de energia elétrica mais cara, ficando atrás apenas da Colômbia.

Do total do custo pago pelos consumidores, somente 53,5% são efetivamente utilizados para a geração, transmissão e distribuição de energia.

Do lado negativo, 46,5% são compostos por taxas, furtos, impostos e ineficiências. Falando apenas sobre o furto de energia, estima-se que neste ano, as perdas somarão mais de R$ 5.4 bilhões.

Confira o Top 10 de países com as contas mais caras:

Imagem: Abrace/CupomValido

Na outra ponta, os cinco países com a energia mais baratas são Noruega, Luxemburgo, Estados Unidos, Canadá e Suíça, respectivamente.

Bandeiras tarifárias

No último mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou novos valores de bandeiras tarifárias, a serem cobradas de forma adicional na conta de luz, de acordo com as dificuldades de geração de energia.

Os novos valores trazem aumentos de 60% nos valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelha 1.

O valor da bandeira amarela terá aumento de 59,5%, de R$ 1,874 a cada 100 quilowatts (kWh) consumidos para R$ 2,989. O da bandeira vermelha 1, vai de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh, alta de 63,7%.

O patamar mais caro da bandeira, a vermelha 2, passou de R$ 9,492 a cada 100 kWh para 9,795, aumento de 3,2%.

Aneel reduz tarifas de distribuidoras

Apesar da alta na bandeira tarifária, existem algumas medidas que buscam aliviar o bolso do consumidor. Na semana passada, por exemplo, a Aneel aprovou a redução nas tarifas de energia de dez distribuidoras. De acordo com a agência, a redução foi aprovada para devolver valores pagos a mais pelos consumidores de energia em 2021.

A devolução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), imposto estadual, incluído na base de cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), foi previsto sob a Lei 14.385, e sancionada em junho.

A Aneel informou que foram adiadas as deliberações dos processos tarifários das distribuidoras Energisa Mato Grosso do Sul (EMS), Energisa Mato Grosso (EMT), cujos créditos ainda não foram habilitados pela receita federal, além da Equatorial Alagoas e da Light, por causa de liminares judiciais.

Redução no ICMS de energia

Além disso, o Governo Federal estima que as mudanças no ICMS trarão uma redução potencial de até 19% nas faturas de energia elétrica, em relação aos valores de abril de 2022.

A Lei Complementar nº 194 estabeleceu um limite de 18% para alíquotas de ICMS, com o objetivo de conter a inflação e manter o ritmo da retomada do crescimento econômico no País.

A medida reduz as faturas dos consumidores, considerando a energia elétrica, o gás natural, combustíveis, serviços de telecomunicações e de transporte coletivo, como bens e serviços essenciais.

Os consumidores terão percepções diferentes da redução, pois os estados podem cobrar alíquotas diferenciadas sobre esses tipos de serviços.

Nos cálculos divulgados pelo governo, as medidas, combinadas, podem promover reduções de mais de 20% nos Estados de São Paulo (-24,5%), Rio de Janeiro (-26,3%), Goiás (-23,6%), Paraná (-24,9%), Rio Grande do Sul (-25,1%), Acre (-23,3%), Maranhão (-32,1%), Paraíba (-20,6%) e Piauí (-28,7%).

Variação mensal da inflação de energia no último ano

Veja a evolução do aumento da energia elétrica no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo de 2021.

Mês/2021 Índice Geral Residencial
Janeiro 0,25 -5,6
Fevereiro 0,86 -0,71
Março 0,93 0,76
Abril 0,31 -0,04
Maio 0,83 -0,04
Junho 0,53 1,95
Julho 0,96 7,88
Agosto 0,87 1,1
Setembro 1,16 6,47
Outubro 1,25 1,16
Novembro 0,95 1,24
Dezembro 0,73 0,5

*Com informações da Agência Brasil

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Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
janaina.silva@moneytimes.com.br
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