Sucroenergia

Ener Sugar repagina usina parada com R$ 5 mi e volta ao mercado em 2020 com cana garantida

27 ago 2019, 10:16 - atualizado em 27 ago 2019, 10:43
Cenas como estas estarão recomeçando em antiga unidade da região de Assis (Imagem: Luke Sharrett/Bloomberg)

A antiga Usina Pau D’Alho virou Ener Sugar e vai voltar ao mercado em 2020, após investimentos iniciais de R$ 5 milhões na recuperação dos equipamentos industriais. Os novos proprietários também já estão renegociando contratos de venda de energia que foram interrompidos e vão decidir o percentual do mix mais a frente, das 1 milhão de toneladas de cana que marcarão a restreia da indústria.

E matéria-prima garantida, comprada acima das referências pagas pelos players, é um dos diferenciais, para a unidade de Ibirarema, no Sudoeste paulista, cuja última moagem foi em 2013.

Enquanto limpavam as pendências judiciais, desde 2017, quando poucos credores criaram resistência, Sylvio Ribeiro do Valle Mello Jr e seu sócio tentaram achar alguns outros investidores para o negócio. Desistiram diante de algumas exigências consideradas despropositadas.

E com a economia sem ritmo e a sucroenergia também ainda em recuperação, não eram exatamente fatores de estímulos. “Mas agora, com as expectativas melhores, inclusive para o nosso setor, estamos abertos”, afirma o empresário, lembrando que os planos da Ener Sugar são para 4 milhões de toneladas por safra. Hoje, a capacidade instalada é de 2,2 milhões de toneladas.

Na safra 20/21, a partir de abril, os proprietários acreditam na replicação de outra temporada alcooleira. Em números redondos, as 1 milhão de toneladas que serão moídas podem render  900 toneladas/dia de açúcar e 500 mil litros/dia de etanol.

Começar zerada em dívidas é outro aspecto favorável para a empresa, acredita ele. A expectativa é boa, de acordo com o empresário, segundo os sintomas das boas renegociações que estão sendo feitas com os antigos compradores de energia.

Enquanto isso, a nova usina vai ao mercado, contando com outra força adicional. Em um setor onde a matéria-prima próxima e garantida é fundamental, Valle terá a parceira dos fornecedores da região de Assis, uma vez que é presidente da Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana).

Aliás, para quem acompanhou desde o início as tratativas para a encampação da massa falida da Pau D’Alho reconhece que a intenção era criar um canal de compra de cana para os produtores independentes, sempre às voltas com problemas de preço deprimidos pelo Consecana.

Vale dizer, que o novo usineiro, a vida toda só fornecedor, vai gerar um relacionamento comercial valorizando mais o fornecedor e a cana de qualidade, em um regime de contrato diferenciado.

“Agora, poderemos criar um pólo de desenvolvimento regional forte”, aposta Sylvio Ribeiro do Valle.

 

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.