Endividamento da Localiza não deve preocupar investidor, afirmam analistas
A elevação de dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Localiza (RENT3), que saltou 3,4 vezes, não deve “tirar o sono” do investidor, observa o BTG Pactual em relatório enviado ao mercado nesta terça-feira (25).
Para os analistas Ricardo Cavalieri e Lucas Marquiori, que assinam o relatório, os resultados foram mais fortes do que o projetado e também acima das estimativas do consenso.
A empresa apurou um lucro líquido recorrente de R$ 32 milhões no segundo trimestre, queda de 83% em relação ao mesmo período do ano passado, mas que superou a previsão dos analistas de R$ 21 milhões.
O Ebitda ajustado foi de R$ 347 milhões, redução de 31% e 10% acima da estimativa.
A dupla destaca ainda a margem Ebitda ajustada em RAC (Aluguel de Carros), “surpreendentemente sólida em 32% – abaixo dos 44% do ano passado e acima de nossa já projeção otimista de 30% – e seria maior se atribuíssemos as despesas pontuais inteiramente à divisão de RAC”.
De acordo com eles, o crescimento do volume de locação de frotas permaneceu forte, comprovando sua resiliência em meio à Covid, crescendo 14% ano a ano, enquanto a tarifa média ficou estável.
Já as vendas de seminovos caíram 32%, com volumes totalizando 19,7 mil carros, uma baixa de 40% , mas acima da estimativa de 14,5 mil.
Recuperação
Segundo os analistas, os números do segundo trimestre apontam para uma recuperação gradual no terceiro trimestre, também ajudado pela reabertura das lojas de seminovos.
“Mantemos nossa classificação de compra com uma perspectiva construtiva para a Localiza, com base nas tendências de crescimento intactas de longo prazo no setor de aluguel de carros no Brasil, combinadas com uma execução excelente”, afirmaram.
Aumento de impostos deve pesar
Se a proposta de eliminar os descontos de 50% de IPVA (Imposto sobre Automóvel) sobre veículos de locadoras de automóveis avançar, as empresas podem precisar aumentar seus preços de aluguel em 4% a 5% e a gestão de frotas em 5% a 6%, afirma a Ágora em relatório.
A medida faz parte do pacote anunciado pelo governador João Doria para elevar a arrecadação de impostos durante a pandemia do coronavírus.