Enauta prevê 1ª poço com Exxon e Murphy em Sergipe-Alagoas no 2º semestre
A Enauta (ENAT3) prevê a perfuração do primeiro poço exploratório em blocos onde tem participação na Bacia de Sergipe-Alagoas no segundo semestre deste ano, afirmou nesta quinta-feira o diretor-presidente Décio Oddone.
A companhia detém 30% de participação em nove blocos em Sergipe-Alagoas, enquanto a operadora Exxon tem 50% e a Murphy Oil os 20% restantes.
“São ativos de alta prospectividade, estão próximos a descobertas relevantes já feitas na região. O licenciamento ambiental já foi protocolado pelo operador”, disse Oddone, ao participar de webcast com analistas e investidores de mercado sobre os resultados no quarto trimestre.
Os ativos, segundo balanço financeiro da Enauta, encontram-se em região “de alto potencial exploratório e próximos a descobertas da ordem de 1,2 bilhão de barris”. O primeiro poço exploratório a ser perfurado na região será no prospecto Cutthroat, localizado no bloco SEAL–M-428.
A Enauta teve lucro de 38,2 milhões de reais no quarto trimestre, queda 68,7% ante o mesmo período de 2019, com impacto do reflexo cambial dos contratos de arrendamento em moeda estrangeira.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 129,5 milhões de reais, queda de 50,1% na mesma comparação.
A receita do quarto trimestre apresentou queda de 53,8% ante um ano antes, para 186,9 milhões de reais, principalmente em função da redução da produção do campo de Atlanta.
No quarto trimestre, a produção foi realizada por meio de um poço durante 60 dias e teve a produção interrompida nos demais dias.
A receita do campo também foi impactada pela queda do preço da commodity, parcialmente compensada pelo efeito positivo do ganho cambial.
A companhia prevê investimentos em exploração, desenvolvimento e produção de 40 milhões de dólares em 2021 e de 105 milhões de dólares para 2022, podendo variar 20% para cima ou para baixo.
Possíveis Aquisições
Oddone reiterou que a empresa está atenta a oportunidades de compra de ativos de petróleo e gás em produção que agreguem valor e contribuam com a diversificação do portfólio da empresa, podendo estar em águas rasas e profundas, assim como em terra.
“Nós precisamos recompor o portfólio de ativos em produção e o momento é favorável para isso. A gente nunca teve no Brasil um mercado de ‘M&A’ de ativos em produção tão ativo”, afirmou, sem citar nomes de ativos que estão à venda ou das empresas que estão negociando.
Mas os comentários vêm em um momento em que a Petrobras (PETR4) colocou diversos campos de exploração e produção à venda, enquanto busca focar na exploração e produção do pré-sal.
A Reuters publicou em fevereiro que a Enauta participou de consórcio que apresentou oferta não vinculante pelos campos de Albacora e Albacora Leste, responsáveis pela produção de 77 mil barris de óleo equivalente por dia, segundo fontes. Participaram do consórcio ainda Talos Energy, EIG Global Energy Partners e 3R.
A Enauta também iniciará em breve a busca por um parceiro para o campo de Atlanta, na Bacia de Santos, para o qual foi iniciada recentemente uma licitação para a contratação da unidade de produção.