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Enauta (ENAT3): UBS BB mais que dobra o preço-alvo; ação está barata comparada a outras 3 petroleiras

07 abr 2022, 12:01 - atualizado em 07 abr 2022, 12:01
Campo de Manati
Ação da Enauta é negociada abaixo dos principais pares da companhia no Brasil – PetroRio, 3R Petroleum e PetroReconcavo – e de sua média história de dez anos, avalia UBS BB (Imagem: Enauta)

O UBS BB revisou a recomendação de “neutra” para “compra” para a Enauta (ENAT3), mais do que dobrando o preço-alvo da ação, de R$ 15 para R$ 32.

Quatro fatores explicam a atualização da tese de investimento da petroleira, além da retomada dos números do Campo de Manati no modelo:

  • Aprovação do Sistema Definitivo (SD) no Campo de Atlanta;
  • Extensão do Sistema de Produção Antecipada (SPA), também no Campo de Atlanta, por mais um ano;
  • Valuation descontado;
  • Preços do petróleo Brent.

Mesmo com a disparada das ações no ano (+60%, seguindo o fluxo de notícias envolvendo os campos de Atlanta e Manati), o UBS BB enxerga potencial de um re-rating se a Enauta for bem sucedida na entrega do projeto do Sistema Definitivo e eventualmente anunciar novas oportunidades.

O valor de Atlanta para Enauta

Na avaliação do UBS BB, o Campo de Atlanta pode criar valor para a Enauta, especialmente com o SPA.

“Durante o período do SPA, a Enauta deu de cara com vários problemas operacionais. A administração afirmou que o SPA permitiu reunir dados relevantes sobre o campo, que foi incorporado no desenvolvimento de um projeto mais robusto de SD”, afirmam Luiz Carvalho, Tasso Vasconcellos e Matheus Enfeldt, do time de análise da instituição, em relatório desta quarta-feira (6).

O UBS BB também acredita que os preços elevados de petróleo podem providenciar suporte para o projeto da Enauta. O banco estima que o Brent deve seguir em níveis de suporte no curto prazo e fique a US$ 75 o barril no longo prazo.

“Vemos essa faixa como um nível sustentável para incentivar investimentos e manter o equilíbrio de oferta e demanda global, considerando um crescimento na demanda e um declínio natural de produção”, comentam os analistas.

“Esse nível também está acima do que estimamos como o breakeven para o SD da Atlanta – em torno de US$ 50 por barril -, o que sugere que um excesso de caixa pode ser gerado”, acrescentam.

Ação atrativa

Para o modelo, o UBS BB assumiu um múltiplo três vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) estimado para 2023, em linha com as médias históricas de negociação de cinco anos da Enauta.

Ainda assim, o múltiplo continua abaixo dos principais pares da companhia no Brasil – PetroRio (PRIO3 – 5,5 vezes), 3R Petroleum (RRRP3 – 4,5 vezes) e PetroReconcavo (RECV3 – 4,5 vezes) – e de sua média história de dez anos.

O desconto, afirma o UBS BB, reflete:

  • Os desafios da Enauta na sua operação principal, o Campo de Atlanta, com baixa visibilidade sobre o futuro até dois meses atrás; e
  • A alta concentração do portfólio e a falta de um histórico de sucesso de investimentos.

Na opinião do banco, se a Enauta conseguir resolver esses dois principais problemas, pode haver uma revisão do múltiplo para quatro vezes EV/Ebitda estimado para 2023, em linha com a média histórica de dez anos da companhia desde a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e apenas levemente abaixo dos pares.

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