Empréstimo de R$ 16,1 bi a distribuidoras resolverá riscos de liquidez no curto prazo, dizem analistas
Em reunião realizada ontem (23), a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou R$ 16,1 bilhões em empréstimos a distribuidoras elétricas como forma de amenizar os impactos financeiros causados pela covid-19. Segundo o Santander (SANB11) e o Credit Suisse, o valor máximo aprovado será suficiente para resolver os problemas de liquidez no curto prazo.
Os diretores também estabeleceram um período de 60 dias para iniciar o processo de revisão tarifária extraordinária, que responderá pelo equilíbrio econômico-financeiro das concessões das distribuidoras. A Aneel propôs que sua equipe técnica apresentasse novas regras para uma possível revisão no futuro.
“Em resumo, o mercado sai da reunião com uma solução concreta para os problemas de curto prazo e um prazo mais curto do que o esperado para as revisões tarifárias, apesar da falta de proteção para os resultados do segundo trimestre”, comenta Thiago Silva, analista do Santander.
O Credit Suisse acredita que a Aneel provavelmente irá calcular uma revisão extraordinária para manter o equilíbrio dos contratos.
“Algumas companhias são mais alavancadas do que outras devido aos seus grandes programas de investimentos; a alavancagem (e as garantias de empréstimo) pode ser ajustada depois caso a decisão sobre as perspectivas de revisão leve mais tempo do que o esperado ou os impactos da crise persistam (o que poderia gerar uma revisão anterior)”, diz a analista Carolina Carneiro, em relatório divulgado aos clientes.
A preferência do banco suíço entre as distribuidoras de energia recai sobre a Neoenergia (NEOE3), por acreditar que a empresa se encontra bastante descontada em relação aos pares. No entanto, o Credit Suisse mantém uma perspectiva favorável para Energisa (ENGI11) e Equatorial (EQTL3).
Sobre as transmissoras e as geradoras, a perspectiva permanece inalterada. De acordo com o Credit Suisse, elas não estão diretamente impactadas, considerando que o fluxo de caixa não será um problema no curto prazo.