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Empresas estrangeiras estão mais interessadas em listagem na NYSE

04 nov 2019, 14:42 - atualizado em 04 nov 2019, 14:42
“Somos contatados o tempo todo porque, quando listamos a sueca Spotify e a Slack este ano, tivemos tremenda visibilidade em toda parte”, disse Ibrahim (Imagem: Pixabay)

Empresas não americanas estão expressando maior interesse em listar seus papéis diretamente em Nova York em vez de realizar ofertas públicas iniciais, de acordo com a maior bolsa de valores do mundo.

Seguindo os passos de startups como Slack Technologies e Spotify Technology nos últimos dois anos, mais empresas, incluindo Airbnb, estudam o processo. O interesse está se espalhando fora dos EUA, segundo o responsável por mercados de capitais internacionais da Bolsa de Nova York, Alexandre Ibrahim.

“Somos contatados o tempo todo porque, quando listamos a sueca Spotify e a Slack este ano, tivemos tremenda visibilidade em toda parte”, disse Ibrahim em entrevista realizada em Tel Aviv. Ele negou saber se alguma companhia não americana está se preparando ativamente para uma listagem, mas “isso pode mudar”, acrescentou.

Esse tipo de listagem oferece menores comissões aos bancos do que uma IPO (initial public offering) tradicional e não envolve a venda de novas ações ou captação de recursos. Algumas empresas preferem essa modalidade para evitar o chamado “pop” de um IPO — ou seja, quando o valor das novas ações pode ser descontado pelos bancos para que suba durante o pregão.

Segundo Ibrahim, as listagens internacionais ressurgiram na maior bolsa do mundo nos últimos anos, graças a mudanças regulatórias nos EUA.

“Temos um forte pipeline de empresas não americanas e a maioria, na verdade, é da China”, disse Ibrahim. As companhias chinesas que vão acessar o mercado são das áreas de educação, finanças e inteligência artificial.

Entre as israelenses que escolheram recentemente a Bolsa de Nova York estão o mercado de profissionais autônomos Fiverr International e a empresa de segurança cibernética Tufin Software Technologies.

Ibrahim esteve em Tel Aviv em reuniões para destacar os atrativos da Bolsa de Nova York para um público que historicamente considera a Nasdaq como o principal destino para abrir o capital.

A guerra comercial e a piora da perspectiva para a economia global já são sentidas. Companhias chinesas listadas nos EUA são alvo potencial para a Casa Branca e forçar a saída delas das bolsas dos EUA foi uma das opções discutidas pelo governo.

“Começamos o ano com muita força, mas com todo o barulho em Washington e a guerra comercial, as listagens diminuíram um pouco”, disse Ibrahim. “Agora provavelmente não há tanta força quanto havia alguns meses atrás, mas isso vai mudar.”