Empresas embarcam em onda de fusões e aquisições animadas por juro baixo
A onda de aquisições domina salas de reuniões de Tóquio a Paris, alimentando um rali recorde no mercado acionário global.
Empresas começaram a semana anunciando mais de US$ 70 bilhões em acordos, liderados pela oferta de US$ 26 bilhões da Charles Schwab pela corretora TD Ameritrade.
Transações multibilionárias envolvendo a gigante de bens de luxo LVMH, a farmacêutica suíça Novartis e o conglomerado japonês Mitsubishi também foram destaques, o que fez o índice MSCI World subir para um nível recorde.
Embora os acordos tenham motivos específicos – desde a consolidação do setor à diversificação de receita para fugir de mercados domésticos desaquecidos -, um ponto em comum é que as empresas compradoras se beneficiam dos juros mais baixos, diante da política de afrouxamento dos bancos centrais.
O menor receio de uma recessão global e os sinais de tentativa de avanço nas negociações comerciais EUA-China podem ter deixado executivos mais confiantes para puxar o gatilho.
“A recente explosão de fusões e aquisições reflete um inegável otimismo econômico”, disse Brock Silvers, diretor-gerente da Adamas Asset Management, em Hong Kong.
“Os EUA desfrutam de inflação e desemprego baixos, enquanto o Fed parece ‘dovish’, e há rumores de que as negociações comerciais estão perto de um sucesso inicial. O capital de investimento é abundante e barato.”
O índice S&P 500, o Dow Jones Industrial Average e o Nasdaq Composite fecharam todos em nível recorde na segunda-feira, enquanto o Stoxx Europe 600 atingiu o maior patamar desde maio de 2015.
O índice Topix do Japão alcançou a pontuação mais alta de 2019 durante as negociações de terça-feira, impulsionado em parte por uma valorização de 17% das ações da Hitachi Chemical, depois que a rival Showa Denko KK disse que considerava comprar uma participação.
Dado o baixo custo do financiamento, é surpreendente que não haja ainda mais acordos, disse Rhett Kessler, gestor sênior de fundos da Pengana Capital, com sede em Sydney, que administra cerca de 3 bilhões de dólares australianos (US$ 2 bilhões).
O Federal Reserve e o Banco Central Europeu voltaram a reforçar os balanços, e os custos de financiamento estão em queda este ano.
Só na segunda-feira, houve pelo menos 10 anúncios de acordos no valor de US $ 1 bilhão ou mais cada, segundo dados compilados pela Bloomberg.