Empresas do FTSE 100 participam de campanha climática da ONU
Quase 20% das empresas do índice FTSE 100 aderiram a uma campanha das Nações Unidas para eliminar suas emissões de carbono até 2050 em meio às iniciativas do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, de acelerar o combate à mudança climática.
Dezenove componentes do índice acionário de referência do Reino Unido, com capitalização de mercado de cerca de 715 bilhões de libras (US$ 987 bilhões), se comprometeram com a campanha “Race to Zero” da ONU, disse em entrevista Andrew Griffith, representante climático do primeiro-ministro para empresas, que incluem AstraZeneca, Vodafone e Rolls Royce.
Em novembro, o Reino Unido vai sediar em Glasgow a COP26, principal rodada de negociações climáticas da ONU, e Johnson pretende colocar o país na vanguarda dos esforços globais para combater o aquecimento global.
Em dezembro, o primeiro-ministro se comprometeu a cortar as emissões do Reino Unido em 68% até 2030 em comparação aos níveis de 1990, a meta mais ambiciosa do G-20. Ao mesmo tempo, pressiona empresas a adotarem a iniciativa para eliminar as emissões até 2050.
“O primeiro-ministro quer muito que criemos um senso real de ‘momentum’ doméstico para que a COP26 não se trate apenas de líderes mundiais chegando de avião e tirando fotos em frente às bandeiras; trata-se de uma ação climática real”, disse Griffith, parlamentar do Partido Conservador e ex-diretor de operações da Sky.
“Se não conseguirmos fazer com que as empresas tomem medidas sérias sobre o clima, não atingiremos nossos objetivos gerais”, disse.
Griffith foi nomeado “Net Zero Business Champion” do Reino Unido em novembro com a missão de incentivar empresas a adotarem metas de neutralidade de carbono.
Objetivo final
Griffith disse que o objetivo final é incluir toda a comunidade empresarial do Reino Unido, tanto empresas grandes quanto as de pequeno porte.
Compromissos que as empresas devem assumir ao aderir à campanha da ONU incluem emissões líquidas zero até 2050, bem como metas provisórias.
As companhias devem tomar “ações imediatas” e só podem usar compensações que tenham “padrões robustos”, segundo a ONU. As medidas fazem parte do objetivo maior de limitar o aumento da temperatura global desde a Revolução Industrial em 1,5 grau Celsius.
Outras empresas que se comprometeram com as metas climáticas incluem a GlaxoSmithKline, Diageo, Burberry, BT e Reckitt Benckiser, disse Griffith.