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Empresas de internet da China “intimidam” clientes com dados e algoritmos

07 jan 2021, 13:00 - atualizado em 07 jan 2021, 13:00
H&M Consumo Ásia China
Foras da lei: para associação chinesa de consumidores, empresas violam a lei e os bons costumes (Imagem: Reuters/Thomas Peter)

As empresas chinesas de internet têm violado os direitos dos clientes ao usarem indevidamente seus dados pessoais e “intimidarem” as pessoas para fazerem compras, disse uma associação de consumidores financiada pelo governo chinês nesta quinta-feira.

A declaração da Associação de Consumidores da China (CCA) não menciona nenhuma empresa, mas ocorre em um momento em que Pequim intensificou a vigilância sobre gigantes da tecnologia do país, se afastando de uma abordagem mais liberal.

“Os consumidores estão sendo pressionados por algoritmos de dados e se tornando alvos de intimidação técnica”, disse a associação.

As empresas devem parar de usar sistemas para analisar dados pessoais dos consumidores e oferecer preços diferentes para produtos com base nessas informações, disse a associação. Os algoritmos checam o uso da internet e outros dados dos consumidores e, em seguida, direcionam anúncios e promoções, privando os clientes de escolha, acrescentou a entidade.

Foras da lei

Alguns dos produtos e serviços promovidos por esses sistemas automatizados “violam a lei e a ordem pública e os bons costumes”, afirmou a entidade.

Pequim preparou um projeto de lei em dezembro com o objetivo de evitar o comportamento monopolista de empresas de internet, marcando a primeira ação regulatória mais rígida da China contra o setor.

A China também alertou as gigantes da internet do país para se prepararem para uma maior fiscalização, ao aplicar multas e anunciar investigações sobre negócios envolvendo Alibaba Group e Tencent Holdings.

A mídia estatal chinesa tem se tornado cada vez mais ativa sobre a violação dos direitos do consumidor por empresas de tecnologia. Em setembro, a emissora estatal do país publicou resultados de uma pesquisa que mostrou que 75% dos entrevistados acreditavam que haviam sido tratados injustamente ao fazerem compras online.