Empresas de capital de risco aceleram contratação de mulheres
O número de empresas de capital de risco com duas ou mais sócias dobrou para 14% no ano passado, sugerindo que uma mudança cultural está ocorrendo em um dos “clubes do Bolinha” mais fechados do setor financeiro.
No ano passado, 50 mulheres tornaram-se sócias ou sócias-gerentes de empresas de capital de risco, um recorde, segundo um estudo a ser publicado em breve pela All Raise, um grupo de promoção de mulheres nos segmentos de capital de risco e tecnologia.
O aumento marca uma mudança significativa quando mais empresas adotam a mesma medida, ajudando evitar o chamado “tokenismo”, ou ações puramente simbólicas, em um setor que ainda é predominantemente masculino.
“Quando as empresas redobram a aposta, estão fazendo um investimento”, disse Pam Kostka, presidente da All Raise.
Desde que a All Raise começou a rastrear os números, a porcentagem de mulheres que tomam decisões no setor de capital de risco aumentou de 9% no fim de 2017 para 13% este mês.
O número de empresas sem nenhuma mulher como sócia ainda é maioria, apesar de alguns avanços. No fim de 2018, 85% das empresas não tinham mulheres como sócias. Em dezembro de 2019, essa parcela havia caído para 65%.
Várias das principais empresas do setor já incluíram duas ou mais mulheres às equipes de liderança. A Sequoia Capital, Lightspeed Venture Partners e Andreessen Horowitz têm várias sócias com o poder de assinar cheques e atuar em conselhos de administração de startups.
A Index Ventures – que investiu em empresas como Adyen, Robinhood Markets e Slack Technologies – entrará em breve nessa lista. O índice deve anunciar a promoção de Nina Achadjian como sócia na sexta-feira.
Achadjian, ex-operadora títulos do Citigroup que trabalhou por dois anos no Google, da Alphabet, entrou na Index como diretora em 2017. Ela elaborou uma tese de investimento em torno de software empresarial voltado para pequenas e médias empresas.
Vai se juntar a Sarah Cannon, que trabalhou anteriormente no fundo de private equity CapitalG, da Alphabet, e que foi a primeira sócia da Index.
Achadjian diz que, apesar de apoiar o avanço das mulheres no segmento de capital de risco, está ansiosa para ir além do debate sobre gênero e se concentrar apenas no desempenho. “O que realmente me interessa é o retorno do investimento”, disse.