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Empresas abertas adotam metade das regras de governança; nas fechadas, adesão é fraca

02 set 2019, 16:26 - atualizado em 02 set 2019, 16:26
A adesão a governança é maior nas estatais, com 45,2 pontos (Imagem: Pixabay)

Por Arena do Pavini

As empresas abertas brasileiras adotam em média 51,1% das práticas recomendadas pelo Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas, conforme análise dos informes de governança 2019. O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e pela EY e pelo escritório TozziniFreire Advogados.

Os informes de governança passaram a ser obrigatórios este ano e são entregues a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Entre as companhias mais negociadas na bolsa, que já entregaram o formulário no ano passado, a adoção das práticas de governança chega a 67,6%, superior aos 64,6% de 2018.

“É sinal de evolução e de que o modelo ‘pratique ou explique’, em alguns casos, está cumprindo seu papel: promover a reflexão continua sobre as práticas de governança adotadas”, diz Danilo Gregório, gerente de Advocacy do IBGC. Segundo o pratique ou explique, a empresa pode não adotar determinada prática, mas precisa dizer por quê.

Outra pesquisa do IBGC, desta vez com empresas de capital fechado, mostra que elas estão em um estágio inicial em relação a boas práticas de governança. Com base em um questionário, a Métrica de Governança do IBGC mostrou uma pontuação de 34,6% em uma escala de zero a cem, um número considerado baixo. Participaram 103 empresas fechadas, sendo 59% delas familiares.

Por tipo de controle, a adesão a governança é maior nas estatais, com 45,2 pontos. A Lei das estatais seria um dos motivos para essa adesão. Já nas empresas familiares, a pontuação foi de 34,4.

O item mais adotado em governança foi o que trata das relações com sócios, enquanto o menos é o relativo ao conselho de administração.

O estudo mostrou também que empresas de maior porte, com faturamento acima de R$ 400 milhões, tem melhor governança (46,6 pontos) que as menores (19,1 pontos).

Para Luiz Martha, gerente de pesquisa e conteúdo do IBGC, a maior dificuldade para as empresas familiares adotarem medidas de governança é a dificuldade em aceitar dividir o poder com sócios. Nas empresas não familiares há a questão do custo de adotar as práticas, apesar de não ser necessário adotar todas as medidas de uma vez, afirma Martha. “Mas há uma falta de cultura de transparência dos empresários, que não publicam balanços e muitas vezes não vêem a adoção da governança como fator de redução de custos e uma coisa benéfica para a empresa”, diz.

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