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Gestora de R$ 5 bi em créditos podres do agro triplica acordos

09 nov 2021, 14:49 - atualizado em 09 nov 2021, 15:36
Agricultura
Produtores rurais procuram cada vez repactuarem seus débitos com negociadores de créditos

Em maio passado, o Banco Central registrou o acumulado de R$ 306,8 bilhões em dívidas do agronegócio junto ao sistema financeiro. Na ocasião, levantamentos de consultorias mostravam, também, um estoque de cerca de R$ 600 bilhões com agentes não financeiros, como tradings e fornecedores, vencidos até fevereiro de 2020.

Esses são os números mais atualizados conhecidos. Mas há um montante não visualizado de dívidas praticamente irrecuperáveis.

Mas considerando os ganhos do setor que se acumulam há várias safras, principalmente entre os produtores de cereais, a redução é sentida entre os agentes que atuam nas várias pontas recuperadoras de crédito.

Aqui entra a NPL Brasil, uma das principais gestoras de créditos corporativos inadimplidos (NPLs, non-performing loans), ou créditos podres.

A empresa comunica, através do CEO Christian Ramos, que administra acima de R$ 5 bilhões da carteira inadimplida (ou descumprida) do agronegócio. Ainda representa 80% do valor total de créditos geridos pela NPL, mas em queda.

“De janeiro a agosto, o número de produtores rurais quase triplicou”, diz, fazendo referência à procura dos devedores para conseguir salvar sua situação financeira com instituições e empresas.

No fundo, a NPL, que se qualifica como maior gestora independente nesse nicho negócio, compra as carteiras dos credores e vão procurar a repactuação com os devedores.

Com a diferença de que, segundo o executivo, agrega serviços de asset manager e fintech, porque, entre outros, procura auxiliar o agronegócio – e outros setores atendidos – a recuperarem o crédito para que tenham capacidade de renegociar.

Por ordem estratégica comercial, não há mais detalhes sobre a relação compra dos créditos versus margem de retorno sobre os acordos, nem informações sobre setores específicos mais devores e regiões.

Mas há só elogios quanto à capacidade de os inadimplidos deixarem de ser inadimplidos cada vez em maior número.

De acordo com a perspectiva do CEO da NPL, as projeções são de um aumento de 250% dos acordos dentro das cadeias do agronegócio.

Como apoio de plataforma integrada com soluções de big data, inteligência comercial, jurametria, análises preditiva e data analytics, Christian Ramos descreve que o encurtamento da tempo de negociação, pois possibilita uma visão sistêmica do CPF/CNPJ quanto à sua real capacidade de pagamento, “motivações, riscos e necessidades”.