Empresa parceira da Shein no Brasil atrasa salários e promove demissões; entenda
Funcionários da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) relatam que a empresa está em atraso com o pagamento de salários e depósito do FGTS, além de promover diversas demissões, noticiou a Folha de S. Paulo.
Segundo o jornal, atuais e ex-trabalhadores relatam parcelamento em dez vezes da dispensa, enquanto a multa do FGTS e férias são acertadas apenas no último pagamento. Ainda conforme os relatos, quase diariamente cerca de 50 funcionários seriam chamados para encerramento dos contratos.
A companhia, que pertence ao atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, esteve nos holofotes recentemente ao firmar parceria com a Shein, gigante do e-commerce estrangeiro que busca consolidação no Brasil.
Procurada pelo Money Times, a companhia não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.
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Problemas com a Coteminas
À Folha, os funcionários relataram que o pagamento do FGTS não é depositado há quase dois anos, além de terem sido feitos cortes de benefícios como o vale-alimentação. Ainda em relação aos benefícios, deixaram de ser fornecidas as cestas básicas e foram relatados problemas para utilizar o plano de saúde.
Os relatos feitos ao jornal englobam ainda atrasos nos pagamentos, descontos nas férias e falta de pagamentos após demissão.
Conforme o periódico, em 9 de agosto, a Câmara Municipal de Montes Carlos convocou uma assembleia para tratar do tema, no entanto, o Sindicato dos Tecelões e a Coteminas não enviaram representantes para participar.
O presidente da companhia, Josué Gomes, disse ao jornal que a atividade foi afetada pelo atual patamar de juros, mas que a empresa está vendendo ativos que irão contribuir para a “normalidade da atividade”.
Histórico de parceira da Shein
Em julho deste ano, a empresa anunciou a realização de demissão em massa, de cerca de 700 funcionários, em uma fábrica de Blumenau, em Santa Catarina.
O anúncio foi feito por meio de ofício enviado ao Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial (Sintrafite). Os trabalhadores não aceitaram a proposta de que as rescisões fossem pagas em até 15 parcelas.
“É uma contradição, pois a empresa divulgou uma parceria com a Shein na semana passada e está fazendo investimentos em outras regiões, enquanto os trabalhadores de Blumenau são penalizados”, disse o presidente do Sintrafite, Carlos Alexandre Maske, ao Broadcast.