Empresa argentina pode alcançar primeiro lucro 15 anos após processo de reestatização
A Aerolíneas Argentinas comunicou ontem (4) a projeção de um lucro de US$ 32 milhões referentes ao exercício de 2023, sendo esse o primeiro balanço no azul desde que a companhia passou pelo processo de reestatização, em 2008. Em 2022, a empresa reportou perdas de US$ 246 milhões.
A notícia de lucro à vista vem duas semanas após Javier Milei ser eleito presidente da Argentina. Em seus discursos pré e durante campanha para a eleição, o anarcocapitalista afirmou intenção de privatizar todas as empresas públicas no país.
Conforme informações do portal Aviacionline, o presidente eleito propôs um plano específico para a companhia, consistindo em transferir a propriedade para os trabalhadores com capital de giro por um ano, para que eles possam então ser responsáveis por torná-la economicamente sustentável.
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Números da Aerolíneas Argentinas
Ainda de acordo com o portal Aviacionline, em agosto, a companhia aérea já havia avançado um saldo semestral com prejuízos de US$ 48 milhões, 61% a menos do que no mesmo período de 2022 e 81% inferior ao de 2019, o que marcou a tendência de redução do déficit após um balanço negativo em US$ 667 milhões em 2019, US$ 654 milhões em 2020 e US$ 439 milhões em 2021.
A empresa detalhou ainda, através de comunicado, que as receitas em 2023 seriam de US$ 2,126 mil milhões, 24% mais que em 2022, e 34% mais que em 2019, destacando também os US$ 100 milhões obtidos no mercado de capitais via trust administrado pelo Banco de Investimento e Comércio Exterior.
“A Aerolíneas demonstrou, em muito pouco tempo, que, com um plano de negócios sério e responsável, a sustentabilidade é possível. E fizemos isso sem utilizar o orçamento atribuído pelo Estado, com número recorde de passageiros, mais aviões, mais destinos, mais rotas e agregando valor a todo o setor turístico”, disse Pablo Ceriani, presidente da Aerolíneas Argentinas.