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Empiricus Crypto Insights: Bitcoin vai estar aqui pra você e por você

30 set 2019, 10:49 - atualizado em 27 out 2020, 17:08
Colunista discorre sobre a importância do Bitcoin (Imagem: Pixabay)

Por André Franco

O exercício de se investir em algo é sempre uma tarefa difícil, não importa qual seja o produto envolvido. Se você pensa em investir em um imóvel, é necessário entender a dinâmica do mercado, o potencial de valorização e os riscos envolvidos na operação. Da mesma forma funciona se você quer montar um negócio. Começar do zero ou comprar uma franquia? Por mais que você faça planilhas e projeções de retorno sobre os seus investimentos, aquele exato momento da decisão de colocar dinheiro sempre está mais ligado a um salto de fé do que à racionalidade. Afinal, ninguém sabe como será o futuro, e apostar em uma direção do mercado também envolve acreditar.

Vivi isso em 2015, dentro do meu portfólio pessoal. Na época, o pouco dinheiro que tinha me fazia correr atrás de qualquer oportunidade de ganhar um milésimo a mais de rentabilidade; foi assim que encontrei o bitcoin. À primeira vista, não tem como entender aquilo, imagine investir qualquer valor.

Por outro lado, aos poucos é possível entender o potencial disruptivo da tecnologia e, com certeza, ter um caso de “amor à segunda vista”. Foi o que aconteceu comigo depois de algumas semanas estudando o bitcoin. De posse dessa pseudocerteza, decidi, além de me arriscar, avisar aos meus amigos que estava fazendo isso. O engraçado foi que, em um grupo de 15 pessoas, apenas uma se mostrou entusiasmada com a ideia. O resto provavelmente ficou preso àquelas desculpas de que “não tem lastro”, “é muito volátil”, “é dinheiro para crimes e drogas”.

Mesmo avaliando de forma fria e colocando apenas valores que topava perder, transferir o dinheiro para a corretora e comprar as primeiras frações de bitcoin estava muito ligado ao salto de fé também. De fato, não existe investimento lucrativo sem nenhum risco. O potencial de ganho é o outro lado do potencial de perda.

Apesar de estar mais de 100% positivo desde o começo do ano e ter subido mais de 2.000% desde 2014, o bitcoin ainda é tratado como outsider e também é considerado um investimento rodeado de dúvidas. E, se você ainda pensa que talvez não seja o melhor momento para comprar bitcoin, quanto mais se espera, mais atrativo ele fica aos olhos e menos ao bolso.

Apesar de a diferença de preço entre 2014 e 2019 ser gritante, o bitcoin, há cinco anos, era uma decisão de compra bem mais difícil do que é hoje. Em 2014 não havia bancos centrais discutindo bitcoin; as maiores empresas do mundo não estavam envolvidas diretamente com cripto; os maiores bancos dos Estados Unidos não tinham projetos de criar criptomoedas; não existiam casas de análise independentes falando sobre o assunto; e fundos de investimentos não estavam criando áreas inteiras para se dedicar ao assunto.

Sem dúvida, o atual momento é brilhante para aqueles que querem se envolver no mercado, vendo esse ecossistema como investimento ou como profissão. A quantidade de pessoas comprometidas com o desenvolvimento dessa economia é algo impressionante para um mercado tão novo. O número de desenvolvedores ativos mensalmente, contribuindo em projetos open sources de criptomoedas, mais que dobrou em dois anos.

Fonte: Electric Capital

Se pensar nesse número de pessoas como empregados de uma empresa, dá para afirmar facilmente que já atravessamos aquela linha imaginária de que esse mercado não vai dar em nada. A pergunta que fica ainda é em quanto tempo teremos cripto como status quo, e não mais como outsider.

Outro dado que ajuda a compreender o tamanho que esse mercado já tem é olhar para o protocolo mais antigo de todos e analisar os seus números. O bitcoin foi criado logo após a crise de 2008 e já acumula mais de R$ 4 bilhões pagos em taxas por transações efetuadas em seu protocolo. Os mineradores coletivamente já colheram algo em torno de R$ 56 milhões para dar segurança à rede inteira. Aproximadamente US$ 8 trilhões foram transacionados na rede desde que ela começou a funcionar. Esses números, se fossem friamente analisados, nos levariam à mesma conclusão anterior.

Perceba que, apesar de estarmos falando de uma economia nascente, ela já se provou como alternativa ao sistema financeiro tradicional. Imagine que temos uma máquina que possibilita transações entre duas pontas, sem a necessidade de intermediários, que funciona há mais de 10 anos sem nunca ter parado para manutenção por sequer um minuto. Com certeza isso tem valor.

Mesmo assim, sei que para a maioria das pessoas esse mercado envolve muito risco, volatilidade e incertezas, o que naturalmente afasta os mais conservadores. No entanto, quando tudo isso não estiver mais presente nesse mercado, toda a oportunidade de lucro também terá ido embora.

Mais do que isso: bitcoin é uma revolução silenciosa que está acontecendo na frente de todos, e só aqueles que reúnem algum entendimento sobre finanças, macroeconomia, tecnologia e política mundial conseguem entender o poder que ele tem. Os demais, que o chamam de bolha e torcem para esse ecossistema ir a zero, ou repetem frases sem sentido como “blockchain, sim e bitcoin, não”, vão viver exatamente o que Nic Carter, grande expoente do mercado cripto, disse em seu mais recente texto:

“Você pode zombar do bitcoin, não importa. O bitcoin estará lá quando você precisar. Você pode não precisar dele agora; você pode nunca precisar dele. Mas à medida que mergulharmos em um mundo mais despótico, autoritário e caótico, um dia você pode ficar aliviado por saber que o sistema mais seguro de proteção de patrimônio da história está esperando pacientemente por você. Até lá, ele continuará avançando.”

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