Emissores de títulos de emergentes começam ano com força
Investidores compraram um volume recorde de títulos de dívida em dólares de mercados emergentes na primeira semana de 2021, mesmo com o caos político nos Estados Unidos e o aumento dos casos de coronavírus que domina o noticiário.
Governos e empresas captaram US$ 27,5 bilhões por meio de emissões de títulos denominados em dólares nos primeiros oito dias do ano, um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2020, enquanto buscam financiar a recuperação da crise provocada pela pandemia.
É o melhor começo de qualquer ano em mais de duas décadas de dados compilados pela Bloomberg.
Emissões da Indonésia, México e da petroquímica chinesa Sinopec lideraram o fluxo, com ofertas que atraíram individualmente até US$ 10 bilhões em ordens, mais que o triplo do tamanho da oferta final em todos os casos.
O início recorde destaca a necessidade de gastos elevados dos governos para financiar despesas com saúde e estímulo.
As empresas também terão que levantar recursos com esse crescimento renovado, e a política de juros baixos fornecerá a liquidez de que precisam.
“A sazonalidade histórica implicaria em uma aceleração das emissões no início de 2021, impulsionadas principalmente por soberanos com classificação mais alta”, disseram estrategistas do Goldman Sachs em Londres Sara Grut, Teresa Alves e Kamakshya Trivedi, em relatório nesta semana. “O perfil de vencimento relativamente alto para janeiro seria consistente com isso.”
As vendas de títulos com grau de investimento representaram quase dois terços das emissões do ano até agora, e empresas financeiras e governos foram os mais ativos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Investidores estão ansiosos para ver se mercados emergentes sustentarão níveis tão altos de emissões neste ano diante do maior endividamento, persistência da demanda por estímulo, taxas de juros baixas e distribuição de vacinas.