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Emissões de títulos devem seguir em alta em mercados emergentes

30 dez 2020, 14:37 - atualizado em 30 dez 2020, 14:37
Mercado de Ações
As empresas tomarão empréstimos para lucrar com esse crescimento renovado, com uma política monetária frouxa fornecendo a liquidez de que precisam (Imagem: Pixabay)

As emissões de títulos em moeda forte por mercados emergentes caminham para outro grande ano em 2021, enquanto governos e empresas tentam retomar o crescimento, embora provavelmente fique aquém do recorde da pandemia deste ano.

Os governos devem captar altas quantias pelo segundo ano para financiar medidas de saúde e alívio da pobreza, ao mesmo tempo que impulsionam o investimento necessário para reaquecer as economias.

As empresas tomarão empréstimos para lucrar com esse crescimento renovado, com uma política monetária frouxa fornecendo a liquidez de que precisam.

“Nossa previsão pressupõe que as condições de financiamento continuarão a apoiar tanto grau de investimento quanto alto rendimento”, disseram estrategistas do Goldman Sachs, incluindo Kamakshya Trivedi, Caesar Maasry, Danny Suwanapruti e Sara Grut, em relatório no início deste mês. Mas “as necessidades de financiamento diminuem à medida que a recuperação cíclica se instala”.

Governos e empresas de economias em desenvolvimento venderam US$ 757,1 bilhões em títulos denominados em dólares ou euros em 2020, o maior volume em mais de duas décadas de dados compilados pela Bloomberg. No início de novembro, os mercados emergentes já haviam superado as vendas totais do ano passado.

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Líderes

Governos e empresas com grau de investimento responderam por cerca de 70% das vendas de dívidas em dólares e euros de mercados emergentes neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

No ano anterior, emissões de títulos com grau de investimento foram responsáveis por cerca de 60%, à medida que mais emissores de risco chegavam ao mercado.

Governos e empresas com grau de investimento responderam por cerca de 70% das vendas de dívidas em dólares e euros de mercados emergentes neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg (Imagem: Reuters/Jason Lee)

Os governos do México, Israel e Abu Dhabi foram os maiores emissores de dívidas em euros e dólares nos mercados em desenvolvimento. Empresas financeiras foram responsáveis pela segunda maior parcela dos novos títulos, de acordo com os números da Bloomberg.

Próximo ano

No pipeline para o próximo ano, autoridades da Indonésia disseram que planejam vendas em dólares, ienes e euros. O Uzbequistão pode colocar US$ 700 milhões em eurobônus, e o Egito já abordou bancos para uma oferta de US$ 7 bilhões no primeiro semestre.

A agência de dívida da Eslováquia disse que pode captar até 4 bilhões de euros no mercado internacional. E, na América Latina, o presidente da Bolívia propôs acessar os mercados globais para captar US$ 3 bilhões no próximo ano, US$ 1 bilhão a mais do que o planejado por seu antecessor.

As vendas podem aumentar ainda mais na América Latina, uma vez que a região dá continuidade aos gastos de estímulo para recuperar os níveis de crescimento pré-vírus, de acordo com o Citigroup, o segundo maior subscritor da região neste ano.

O presidente da Bolívia propôs acessar os mercados globais para captar US$ 3 bilhões no próximo ano, US$ 1 bilhão a mais do que o planejado por seu antecessor (Imagem: Unsplash/@mlshajder)

O enfoque ambiental, social e de governança, ou ESG na sigla em inglês, deve aumentar em 2021 à medida que a pandemia destaca a importância das iniciativas sociais.

Empresas e governos de mercados emergentes venderam um nível recorde de títulos focados em atender às necessidades humanas, como moradia, fome e saúde.

Chile, Hungria e Korea Housing Finance Corp. foram os maiores emissores no mundo emergente de títulos denominados em dólares e euros com o uso de recursos que apoiam objetivos verdes, sociais ou sustentáveis.