Siderurgia

Emissões de setor siderúrgico da Índia devem triplicar até 2050

04 fev 2020, 11:29 - atualizado em 04 fev 2020, 11:29
Aço Siderurgia
Atualmente, a Índia possui 977 usinas siderúrgicas e é um dos poucos mercados globais com boa demanda (Imagem: REUTERS/Damir Sagolj)

A indústria siderúrgica da Índia deve triplicar sua pegada de carbono até 2050 diante da maior demanda pelo metal no segundo maior produtor do mundo.

As emissões de dióxido de carbono do setor siderúrgico devem aumentar para 837 milhões de toneladas nas próximas três décadas em relação aos 242 milhões de toneladas atuais.

Nesse período, a demanda por aço na Índia deve mais do que quadruplicar, para cerca de 490 milhões de toneladas, segundo relatório do The Energy and Resources Institute (TERI). O setor também contribuirá com mais de 30% das emissões totais de combustíveis fósseis do país em relação aos 12% de agora.

Atualmente, a Índia possui 977 usinas siderúrgicas e é um dos poucos mercados globais com boa demanda. O governo do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, lançou um plano para investir cerca de US$ 1,5 trilhão para modernizar e construir infraestrutura nos próximos cinco anos. O aço é o maior emissor de dióxido de carbono entre as indústrias da Índia.

“Se a Índia levar a sério a mitigação das emissões de dióxido de carbono para evitar os piores efeitos da mudança climática, é necessário tomar medidas sérias no setor de ferro e aço”, disse Will Hall, membro associado do TERI, em resposta por e-mail à Bloomberg.

“Embora tenha havido grande sucesso no setor elétrico com o crescimento da energia eólica e solar, ações na indústria pesada, como ferro e aço, serão mais desafiadoras.”

No curto prazo, as usinas devem maximizar o uso de sucata de aço, melhorar a eficiência energética e abrir usinas-piloto para testar tecnologias emergentes de baixo carbono, afirmou Hall.

Além disso, a introdução de uma penalidade para emissões no setor siderúrgico a partir de 2030 enviaria um sinal claro à indústria para que comece a planejar tecnologias mais intensas de descarbonização, de acordo com o TERI.

A substituição de carvão ou gás natural como agente redutor com o hidrogênio também permitiria à Índia reduzir sua dependência das importações enquanto reduz as emissões, segundo o instituto.