Emergentes devem ser os mais beneficiados na guerra comercial, diz Morgan Stanley
“Considerem adicionar ações de mercados emergentes, que devem ser as mais beneficiadas dos resultados positivos da guerra comercial e da política monetária, além do suporte de valuation e de potencial à recuperação da China“.
A avaliação é do Morgan Stanley Wealth Management em relatório desta segunda-feira (14) e obtido pelo Money Times, no qual a equipe liderada pela CIO (Chief Investment Officer) Lisa Shallett avalia as perspectivas para os mercados acionários e para os investimentos.
O banco norte-americano destaca que o índice S&P 500 navega nos últimos 22 meses entre o patamar de 2.800 e 2.950 pontos, apresentando certo marasmo dentro das entrelinhas da guerra comercial e dos possíveis cortes do juro básico pelo Federal Reserve.
À espera
Em paralelo, Shallett cita a peça de teatro “Esperando Godot”, no qual os dois protagonistas aguardar eternamente por um indivíduo que nunca chega.
“Mesmo quando dito que Godot não apareceria, os protagonistas continuam a esperar. De forma interessante, a peça fornece a nós insight interessante sobre o mercado acionário”, aponta o Morgan Stanley Wealth Management.
A insistência do S&P 500 dentro do intervalo listado é resultante, na avaliação do banco, de um colapso no comércio internacional, o que reduz o investimento e afeta negativamente as exportações.
Fed e lucros
Em relação ao Federal Reserve, a CIO avalia que o “impacto agregado dos cortes nas taxas básicas de juro foi somente metade do que o esperado”. Além disso, ocorre atualmente “intensificação dos ventos contrários à tendência de dólar forte”.
O Morgan Stanley Wealth Management pondera que os investidores precisam de expansão de lucros para existir valorização dos mercados acionários. Contudo, a projeção dos lucros das empresas na NYSE apresenta expectativa de queda nos ganhos de 6% na relação ano a ano.
“Neste momento, queremos ver valuation e catalisadores mais do que mudanças dentro da política monetária”, aponta a equipe de análise.
Além disso, conforme os juros se aproximam do zero, reduz-se a munição existente dentro dos bancos centrais para futuras crises, segundo Shallett.
Menos inflação
Para o Brasil, a percepção da tendência inflacionária passou de neutra para negativa, com as leituras inferiores dos índices de preços. Com isso, crescem projeções de queda na inflação.
O momentum do crescimento econômico é neutro, com expectativa de aceleração. A curva de juros está steep (rendimentos mais elevados nos pontos de curto prazo), com tendência de flattening (expectativa de juros mais altos nos pontos mais distantes de longo prazo).
Tanto a confiança quanto a liquidez do sistema financeiro permanecem neutras, porém com expectativa de queda. O valuation parece “caro” e a projeção de lucros “anêmica”, mas com projeção de melhora.
A estabilidade política fornece suporte à recuperação econômica, e os investidores devem ser propensos ao risco, na avaliação do Morgan Stanley Wealth Management.