Embraer: sem dinheiro, Defesa atrasa projeto do KC-390, e Ágora reforça venda de ações
Com uma previsão de incremento de apenas 5% no orçamento de 2021, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, sinalizou que projetos estratégicos sofrerão atrasos. Entre eles, o desenvolvimento do avião cargueiro KC 390, construído pela Embraer (EMBR3), em parceria com os militares.
Considerado um dos mais modernos do mundo, o cargueiro já desperta o interesse de diversos governos. Iniciado em 2009, o projeto ganhou impulso em 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff assinou um contrato para a aquisição de 28 aeronaves para substituir os atuais cargueiros Hércules da FAB.
Na época, o acordo foi orçado em R$ 7,2 bilhões. As unidades deveriam ser entregues a partir de 2016, mas o primeiro KC 390 só foi incorporado à frota da FAB em 2019.
Desembarque imediato
Para Victor Mizusaki e Flávia Meireles, que assinam um breve comentário da Ágora sobre o assunto, “os atrasos nos projetos de defesa do governo brasileiro podem afetar as perspectivas da Embraer neste segmento.”
A Ágora reforçou a recomendação de venda para as ações da Embraer, com preço-alvo de R$ 5 por papel. O valor é 19% menor que os R$ 6,18 com que a empresa fechou ontem (24).
Trata-se de mais uma má notícia para a companhia, que, nas últimas semanas, trava uma queda de braço com os sindicatos, acerca da intenção da empresa de demitir 900 funcionários, anunciada no início do mês.