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Embraer precisa da Boeing para interromper perda de mercado, avalia Bradesco

24 jun 2019, 20:02 - atualizado em 24 jun 2019, 20:02
Das aeronaves pedidas para a Embraer, somente 37 são firmes (Imagem: Divulgação/Embraer)

A queda da participação de mercado da Embraer (EMBR3) para 47% – de 83% no ano passado – no Paris Airshow 2019 reforça a necessidade da empresa em fechar o acordo com a Boeing. Segundo o Bradesco Corretora, só assim a Embraer, que conseguiu 76 pedidos totais de aeronaves, poderá competir com a Airbus, destaque deste ano na feira aérea.

Das aeronaves pedidas para a Embraer, somente 37 são firmes.

A Airbus, por sua vez, recebeu pedidos firmes de cinco jatos de sua coleção e mais uma carta de intenção para a aquisição de 50, além de um memorando de entendimento para 20 unidades do modelo A220. Sua participação de mercado, portanto, saltou de 17% em 2018 para 53%.

“Essa participação de mercado confirma que a Airbus está usando seu relacionamento com as companhias aéreas para alavancar as vendas de suas aeronaves regionais”, comenta Victor Misuzaki, analista do Bradesco Corretora.

O acordo firmado pela Embraer e pela Boeing visa a criação de duas novas companhias: uma para a área comercial, na qual a Boeing ficará responsável por 80% e a Embraer 20%, e outra para defesa, em que a Embraer será detentora de 51% e a Boeing 49%.

Os termos da transação foram aprovados pelos acionistas da Embraer. As duas empresas estão aguardando as aprovações regulatórias, o que não deve afetar o preço de aquisição.

O Bradesco mantém sua recomendação de compra para a Embraer com preço-alvo de R$ 31 para o fim do ano.