Embraer negocia avião de carga militar com mais de 12 países
A Embraer está conversando com mais de uma dúzia de países sobre vendas em potencial de seu novo avião de carga militar, rebatizado na segunda-feira de C-390 Millennium.
As campanhas de venda estão “em diferentes graus de maturidade”, disse Jackson Schneider, presidente da unidade de defesa da Embraer. O antigo nome, KC-390, será mantido para a versão da aeronave com capacidade de reabastecimento em voo.
“São países que vieram até nós. Vários estão enviando tripulação para o Brasil, para experimentar o avião”, disse ele, em entrevista por telefone do Dubai Air Show.
A fabricante brasileira quer vender o C-390 em uma joint venture com a Boeing que se chamará Boeing Embraer – Defense, anunciaram as empresas na segunda-feira. O avião de cargas multi-missão pode ser usado para transportar tropas e maquinário, para combater incêndios ou para soltar para-quedistas militares.
O acordo de defesa está sendo analisado pelas autoridades antitruste em conjunto com a joint venture maior entre as duas empresas, a Boeing Brasil-Commercial, para fabricar e vender aviões comerciais de menor porte.
A União Europeia suspendeu a sua análise dos acordos enquanto espera informações adicionais das empresas. O fechamento não deve acontecer antes do final de março, disse a Embraer na semana passada.
A Embraer entregou o primeiro KC-390 para a Força Aérea Brasileira em setembro e uma segunda entrega deve acontecer ainda este ano. O governo de Portugal assinou em agosto um acordo para comprar até cinco das aeronaves, principalmente para combater incêndios, com entregas previstas para começar em 2023.
A Embraer, com 51% da joint venture de defesa, vai nomear o presidente da nova empresa quando o acordo for aprovado, disse Jackson. A Boeing, com os 49% restantes, vai nomear o diretor financeiro. A liderança da JV se reportará a Jackson e seu equivalente na Boeing, disse ele.
Embora o plano seja de que a JV tenha sede nos EUA, a localização ainda não foi definida. A ideia é começar com um escritório em Washington, disse ele.
Se aprovada, a joint venture dará à Embraer “uma perspectiva extremamente interessante, muito maior, de exploração de mercados que nós não estávamos olhando tão intensamente, como o mercado americano”, disse Jackson. “Sozinho é mais difícil.”