Embraer irá valer US$ 4 bi e ter margem de 8%, avalia Merrill Lynch; China pode atrasar acordo com Boeing
A China pode ser um entrave para o andamento das negociações de fusão com a Boeing, informou a equipe de análise do Bank of America Merrill Lynch, que esteve reunida com o CEO da Embraer (EMBR3), Francisco Gomes Neto, e outros executivos.
Segundo um relatório publicado nesta quarta-feira (19) e obtido pelo Money Times, a empresa brasileira reafirmou que o acordo com a americana está em andamento e com aproximadamente 220 projetos em curso para separar a divisão de jatos de maneira eficiente. A expectativa é de que esta fase esteja concluída até o final de 2019.
“Eles destacaram que, embora possa haver algum ruído político em torno da aprovação antitruste da China, não veem nenhuma razão substancial para não recebê-la”, aponta a avaliação do banco.
Nova Embraer
Após o fechamento do negócio, a estrutura operacional da Embraer deverá se ajustar para refletir o novo tamanho, analisa o Merrill Lynch. Segundo os analistas, a empresa restante se beneficiará da cadeia de suprimentos da Boeing em aquisições e comprará a um preço de custo as peças de aeronaves.
Além disso, o CEO destacou ao banco que espera que o restante da Embraer trabalhe para melhorar a eficiência, como processos claros e padronizados. Para 2020, a administração reafirmou a meta de vendas de US$ 2,5 a 2,8 bilhões, margem de 2-5% e equilíbrio no fluxo de caixa livre.
“A nova Embraer deve se tornar uma empresa de US$ 4 bilhões e margem de 8% a médio prazo. A administração não espera novos programas de desenvolvimento, já que eles se concentram em colher lucros de investimentos bem-sucedidos anteriores”, conclui o documento.
Hoje a Embraer é avaliada em US$ 3,55 bilhões, o equivalente a R$ 13,765 bilhões.