Embraer (EMBR3): Valor acordado na arbitragem decepciona mercado e ações caem 5%; o que fazer agora?
As ações da Embraer (EMBR3) performaram como a maior queda do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (16), após a companhia informar que os procedimentos de arbitragem pendentes entre companhia e a Boeing foram concluídos e a companhia receberá o valor bruto de US$ 150 milhões, conforme o “collar agreement”.
Os papéis encerraram o pregão com baixa de 5,30%, a R$ 49,18.
O Itaú BBA destaca que as expectativas do mercado para o acordo eram maiores, em torno de US$ 250-350 milhões.
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No entanto, a casa pondera que, enquanto, alguns analistas estavam segurando as ações em antecipação a uma potencial surpresa positiva da indenização da Boeing, há vários outros pontos positivos a serem considerados:
- novos pedidos comerciais e de defesa;
- melhoria da lucratividade e potencial aumento da orientação de margem;
- fluxo positivo de investidores internacionais que não estavam cobrindo as ações anteriormente; e
- um ambiente competitivo positivo, pois a Airbus e a Boeing enfrentam desafios com entregas.
“Portanto, mantemos nossa perspectiva positiva sobre as ações e esperamos que seu ímpeto continue”. A classificação do BBA para a ADR da Embraer é “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de US$ 40.
Já o Safra comenta que o valor de US$ 150 milhões adiciona US$ 1 ao preço-alvo do banco para o ADR (ERJ), pois não consideravam o processo de arbitragem nos números.
Para os analisas do banco, o valor acordado corresponde apenas à taxa de rescisão do contrato, sem custos adicionais incluídos. Eles também destacam que, conforme discussões com investidores, era esperando um valor entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
“Reiteramos nossa classificação outperform para a Embraer, com base em nossa crença de um ambiente operacional cada vez mais favorável para a empresa, impulsionado por uma forte recuperação na aviação comercial e pelo aumento de seu segmento de defesa”.
O Safra defende que o ambiente operacional positivo à frente deve se traduzir em melhor lucratividade.