Embraer (EMBR3): UBS BB corta recomendação para venda e afirma ‘mercado está otimista demais’ ; ações caem 5%
O UBS BB cortou sua recomendação para as ações e ADRs (American Depositary Receipt)
da Embraer (EMBR3; ERJ) de Neutra para Venda, afirmando que o “mercado está otimista demais” com a empresa.
O banco, no entanto, aumentou o preço-alvo da ADR de US$ 29 para US$ 32, enquanto o preço-alvo de EMBR3 é de R$ 46,50.
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As ações da companhia despontaram entre as maiores baixas do Ibovespa (IBOV) no pregão desta terça-feira (19), chegando a cair 5%. No acumulado do ano, a companhia salta mais de 142%.
Os analistas do UBS apontam que o mercado está precificando algumas opcionalidades em seu caso base, como:
- Fortes entregas comerciais (média 90 entregas vs. 80 na expectativa do UBS), margens (4,5% vs. 2% UBS) e pedidos (mais de 1x book-to-bill — comparativo pedidos recebidos com as entregas realizadas — vs. 1x da expectativa );
- Receita e pedidos mais fortes no segmento de Defesa (contra US$ 900 milhões em receitas e expectativa em US$ 750 milhões para o próximo ano);
- Ver a ERJ como a terceira empresa em aeronaves narrow-body com mais de 150 assentos. Os analistas veem o ambiente competitivo como desfavorável para a ERJ, pois o Brasil e outros locais da América Latina não podem fornecer vantagens competitivas para seus projetos.
Por que o UBS BB está pessimista com Embraer?
O UBS BB destaca em relatório que existem dois tipos de investidores para o caso da Embraer. O primeiro são os locais, motivados por resultados de curto a médio prazo.
“Esses investidores têm altas expectativas para 2025; somos mais conservadores e estimamos o EBITDA de 2025E em torno de US$ 790, 6% abaixo do consenso”.
Já o outro tipo são os investidores estrangeiros de longo prazo (long-only), que acham que a ERJ teria muito potencial se se juntasse ao duopólio da Airbus e da Boeing no mercado de aeronaves narrow-body (tipo de avião comercial que possui um corredor único na cabina).
Contudo, a avaliação do banco é que 2025 pode decepcionar os investidores. A visão conservadora do UBS sobre a demanda por E2s (segunda geração da família de jatos E-Jets) é alimentada por uma competição intensa com a Airbus.
“Acreditamos que a Série C, renomeada sob o guarda-chuva da Airbus, provavelmente continuará a ganhar participação de mercado, quando comparada ao E2, como observamos desde 2018. A presença global mais ampla da Airbus, o portfólio de ativos e a experiência em cadeia de suprimentos estão entre os principais impulsionadores de nossa visão”.
Sobre o C-390, os analistas seguem conservadores, principalmente devido aos seus pedidos históricos sem brilho. Em 2011, antes do lançamento da aeronave de transporte, recordam que a Embraer anunciou que acumulou 60 declarações formais de intenção. Até o momento, apenas 37 pedidos firmes de aeronaves foram registrados.