Embraer (EMBR3) renova recorde na carteira de pedidos no terceiro trimestre e ações sobem na B3
Com as entregas de aeronaves no terceiro trimestre acima do esperado, as ações da Embraer (EMBR3) despontaram como a maior alta do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (21).
EMBR3 terminou o dia com ganhos de 4,17%, a R$ 49,98. No acumulado do ano, os papéis da fabricante de aeronaves brasileira avançam mais de 123%. Acompanhe o Tempo Real.
Na última sexta-feira (18), a Embraer divulgou o crescimento de 33% nas entregas entre julho e setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, renovando o recorde de US$ 22,7 bilhões da carteira de pedidos (backlog).
Esse é o maior nível de backlog nos últimos nove anos.
Ao todo, a companhia entregou 57 aeronaves, sendo 16 jatos comerciais e 41 executivos — ante 37 esperados.
A empresa também entregou 2 aeronaves C-390 Millennium, no segmento de Defesa & Segurança — a primeira aeronave para a Hungria e a sétima para o Brasil.
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Embraer (EMBR3): o que está por trás da visão positiva do mercado?
Na avaliação do Itaú BBA, a companhia deve atingir as projeções de 2024 e, possivelmente, até superá-las após a surpresa positiva no segmento executivo.
Para cumprir o guidance, a Embraer precisa entregar entre 30 e 39 aeronaves comerciais no quarto trimestre e entre 39 e 49 aviões no segmento executivo.
“Embora reconheçamos algum risco na orientação de entregas comerciais da empresa, acreditamos que o cenário geral de demanda positiva e a boa tendência de lucratividade podem superar isso”, afirma o analista Daniel Gasparete, em relatório do BBA.
Já o BTG Pactual afirma que a companhia apresentou uma tendência mais lenta em relação ao trimestre anterior, principalmente no segmento de aviação comercial.
Mas os analistas do banco consideram o cumprimento do guidance deste ano “viável”, com base no forte aumento do volume observado em 2022 e 2023.
“Apesar do declínio trimestral nas entregas comerciais, os números operacionais sugerem que o guidance para 2024 continua a ser alcançável, especialmente no segmento comercial — o principal foco para a maioria dos investidores”, escrevem os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia em relatório.
“Além das entregas, continuamos confiantes na capacidade da Embraer de cumprir seu guidance em outras métricas importantes, incluindo Ebitda e geração de caixa, respaldada pela sua alavancagem operacional”, diz o relatório.
Para o Santander, as entregas comerciais mais fracas e o forte crescimento no backlog de Defesa & Segurança eram esperados.
Com os números, o Bradesco BBI reiterou a recomendação de compra e ajustou o preço-alvo para R$ 58 no final de 2025 — o que representa um potencial de valorização de 20,9% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira (18).