Embraer (EMBR3) lidera altas do IBOV após números do 3T24; BTG vê espaço para mais resultados fortes
As ações da Embraer (EMBR3) reagiram positivamente ao balanço do terceiro trimestre, divulgado nesta sexta-feira (08).
Os papéis da fabricante de aeronaves terminaram a sessão com alta de 7,47% a R$ 53,79 — no maior preço de tela da história. A companhia ganhou mais de R$ 3 bilhões em valor de mercado em um dia, atingindo R$ 40,2 bilhões.
A empresa registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,176 bilhão no terceiro trimestre de 2024, salto ante os R$ 167 milhões de um ano antes. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,976 bilhão, mais que o dobro na comparação com o ano anterior, quando foi registrado um Ebitda de R$ 736 milhões.
No período, a Embraer entregou 59 jatos, 41 jatos executivos (22 leves e 19 médios), 16 jatos comerciais e 2 cargueiros multimissão. O resultado ficou 37% acima do mesmo período do ano passado, quando foram entregues 43 aeronaves.
A empresa estima entregar entre 70 e 73 aeronaves comerciais — anteriormente, a previsão era de 72 a 80; já na aviação executiva foram mantidas as estimativas de entregar entre 125 e 135 unidades.
Hora de comprar Embraer?
Na avaliação do BTG Pactual, os resultados da companhia foram mistos, com bons números ajustados, no entanto, destaque negativo para a revisão das receitas da aviação comercial.
Por outro lado, os analistas destacam que a receita consolidada permaneceu inalterada e a margem EBIT (lucro antes de juros e imposto de renda) foi ligeiramente revisada para cima, mesmo excluindo o efeito Boeing, enviando uma mensagem positiva sobre a capacidade de precificação e eficiência.
A empresa revisou o EBIT ajustado para 9-10%, ou 6,5-7,7% excluindo os US$ 150 milhões da arbitragem com a Boeing, ante 6,5-7,5% anteriormente, e o fluxo de caixa para US$ 300 milhões, frente US$220 milhões.
O banco destaca que o backlog da Embraer no final do segundo trimestre estava em US$ 23 bilhões — o maior em 9 anos –, refletindo o momento positivo da companhia.
“Considerando o sólido desempenho da Embraer no acumulado do ano (124%), acreditamos que o mercado pode reagir negativamente ao anúncio de redução nas entregas de aeronaves comerciais, o que pode ofuscar os resultados positivos do 3T. No entanto, se isso ocorrer, aproveitaríamos a oportunidade, especialmente considerando que o 4T deve ser forte e que a redução nas entregas não afetou a receita consolidada”.
O BTG tem recomendação de compra para Embraer, com preço-alvo de R$ 55.
O Goldman Sachs comenta que a receita do terceiro trimestre de 2024 veio 7% acima do consenso, com uma margem Ebtida totalmente ajustada 70 bps (pontos base) à frente, impulsionando uma superação do EBITDA ajustado de 13%, excluindo o pagamento de arbitragem da Boeing.
A receita líquida totalizou R$ 9,385 bilhões, 49% a mais do que no terceiro trimestre de 2023, com destaque para as receitas da Aviação Executiva e Defesa & Segurança, com crescimento superior a 85% no comparativo ano a ano, cada uma.
O banco também recomenda compra para a ADR da Embraer (ERJ), com preço-alvo de US$ 42.