Embraer (EMBR3), Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) em alta: por que as exportadoras sobem no Ibovespa?
Em dia de aversão ao risco no mercado doméstico, as companhias exportadoras driblam a cautela dos investidores e operam entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (21).
O impulso é dado pela forte valorização do dólar ante o real. A divisa norte-americana fechou o dia com alta de 0,77%, a R$ 5,8112. Já o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, recuou 0,99%, aos 126.922,11 pontos. Acompanhe o Tempo Real.
O dólar ganha força com a demora do governo em anunciar o pacote fiscal.
A divulgação das medidas para cortes nos gastos públicos estavam programadas, anteriormente, para depois das eleições municipais em segundo turno e, depois, teve a previsão adiada para essa semana, após o G20.
Contudo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que há expectativa de que a redação do pacote seja finalizada nesta semana, com a data de anúncio a ser definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à GloboNews nesta manhã.
Em linhas gerais, as companhias mais expostas ao mercado externo tendem a ser beneficiadas com o avanço do dólar ante a moeda brasileira, já que as negociações e as receitas das empresas são atreladas à divisa norte-americana.
Confira a seguir os destaques do Ibovespa (IBOV) desta quinta-feira (21):
Klabin (KLBN11)
As ações da Klabin (KLBN11) lideram os ganhos do Ibovespa na primeira parte da sessão e saltaram mais de 3% na primeira hora de negociações. Os papéis da companhia terminaram o dia com alta de 1,26%, a R$ 20,85.
Em média, a cada 10% de desvalorização do real sobre o dólar, há um acréscimo de cerca de 13% ao Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) da companhia.
Além do dólar, os papéis da companhia sobem com a revisão positiva do BTG Pactual.
O banco elevou a recomendação de neutra para compra e atualizou o preço-alvo para R$ 30 (anteriormente de R$ 28) — o que representa um potencial de valorização de 45,7% em relação ao fechamento anterior, da última terça-feira (19).
“Agora acreditamos que a gestão está acertando em sua estratégia mais realista para os próximos 12 a 18 meses, com foco na extração de valor do ciclo de investimento bilionário anterior e na priorização da geração de fluxo de caixa (FCF) e desalavancagem”, escrevem os analistas Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Lima, em relatório.
Os analistas também consideram Klabin com um valuation atraente. Nas contas do banco, as ações KLBN11 estão negociadas com um múltiplo abaixo de 6,5x a relação de valor da empresa e Ebitda (EV/Ebitda) para o final de 2025 — ante 8x EV/Ebitda da média histórica.
“Ainda vemos espaço para uma expansão de múltiplo nos níveis atuais”, diz o relatório.
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Suzano (SUZB3)
Também do setor de papel e celulose, as ações da Suzano (SUZB3) sustentaram leve alta desde o início do pregão e terminaram a sessão com avanço de 0,65%, a R$ 60,79.
Os analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos reiteraram a visão positiva para a companhia.
Em nota, o banco e a corretora avaliam que os produtores nacionais de papel gráfico no Brasil, entre eles a Suzano, planejam aumentar os preços entre 7,0% e 8,5% a partir de janeiro, impulsionados por uma perspectiva positiva contínua para a demanda.
“A demanda por papel gráfico permanece em níveis saudáveis, com boas perspectivas para 2025, o que seria um desenvolvimento positivo para a Suzano”, afirmam os analistas Rafael Barcellos, do Bradesco BBI; e Renato Chaves, da Ágora Investimentos.
O segmento de papel gráfico também deve ser beneficiado pelo programa de livros didáticos do governo (PNLD) e pela depreciação do real.
Altas do Ibovespa: Embraer (EMBR3)
Os papéis da fabricante de aeronaves brasileira sustentaram alta de cerca de 3% no pregão desta quinta-feira (21) — em um movimento de recuperação em relação à sessão anterior. EMBR3 terminou o pregão com ganho de 3,32%, a R$ 56,25, a segunda maior do Ibovespa.
Para os analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos, a Embraer (EMBR3) é uma forte candidata a receber pedidos de jatos da Japan Airlines.
O chefe da divisão corporativa da Japan Airlines, Yuji Saito, disse que a companhia está planejando fazer um pedido “significativo” de jatos regionais. O plano é receber entregas a partir de 2028.
Anteriormente, Ross Leggett, vice-presidente sênior de marketing de rotas, afirmou que as discussões sobre a renovação da frota de jatos regionais devem começar nos próximos 12 meses.
As subsidiárias da Japan Airlines operam a rede regional usando wet lease. A J-Air tem 18 E170s e 14 E190s em sua frota, de acordo com a CH-aviation.
Mais cedo, o Bank of America (BofA) reiterou a recomendação de compra para EMBR3 e atualizou o preço-alvo para as ações. O banco projeta o papel ERJ (ADR da companhia negociada na Bolsa de Nova York (Nyse) a US$ 55 — o que representa um potencial de valorização de 46,7% sobre o preço de fechamento da véspera (20).
Petrobras (PETR4;PETR3)
Os papéis da Petrobras (PETR4) iniciaram o dia em tom positivo, na esteira do petróleo Brent — que avançou mais de 1% com a escalada da guerra na Ucrânia.
Os investidores seguem atentos à reunião do Conselho de Administração da companhia, prevista para hoje. A pauta é a aprovação do Plano Estratégico 2025-2029, que prevê, entre outras medidas, investimentos totais de US$ 111 bilhões nos próximos quatro anos.
PETR4 terminou a sessão com leve ganho de 0,29%, a R$ 37,91.