Comprar ou vender?

Embraer (EMBR3): JP Morgan vê ação extremamente descontada e projeta salto de 65%; é hora de comprar?

22 mar 2024, 13:36 - atualizado em 22 mar 2024, 13:48
EMBRAER
JP Morgan elevou o preço-alvo de Embraer para R$ 51. (Imagem: REUTERS/Roosevelt Cassio)

O JP Morgan elevou o preço-alvo de Embraer (EMBR3) para R$ 51 — o que implica em alta potencial de 65% –, mostra relatório divulgado na quinta-feira (21). O banco segue com recomendação ‘overweight’ para as ações (performance acima da média do mercado).

Segundo os analistas, a atualização reflete um desconto de cerca de 25% do valuation em relação aos pares. Além disso, eles destacam a redução do custo médio ponderado de capital (WACC) para 9,4% e a revisão para cima nos lucros, devido às campanhas recentes e perspectivas positivas de defesa.

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“Continuamos positivos em relação à Embraer, já que o valuation permanece atraente em 7,2 vezes o EV/Ebitda esperado para 2024, abaixo do histórico nível de 8,3 vezes e apesar das melhorias no retorno e das perspectivas de crescimento superiores”, avaliam Marcelo Motta, Jonathan Koutras e Seth Seifman.

Os analistas ainda ressaltam que o fluxo de notícias sobre a companhia devem apoiar na recuperação. “Embora o primeiro semestre seja sazonalmente mais fraco para Embraer e nos últimos dois anos as ações tenham tido uma correção significativa, esperamos que em 2024 seja diferente”, dizem.

Os principais gatilhos de curto prazo, segundo os analistas, são:

  1. a conclusão da arbitragem da Boeing, que deve ocorrer no primeiro semestre deste ano, representando uma entrada de caixa potencial de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões;
  2. potencial pedido de E2 (tratado de investidor) nos Estados Unidos;
  3. ordens de defesa da Índia e Arábia Saudita, bem como conversão de memorandos de entendimento dos Países Baixos, Áustria e República Checa de 11 aeronaves; e
  4. reavaliação da Eve, dadas as taxas mais baixas nos EUA e avanços em certificação e desenvolvimento.

Apesar do otimismo, o JP reconhece que o desempenho das ações ainda depende do desempenho da aviação comercial, tanto em termos de novas encomendas como de margens. Além disso, a desaceleração econômica norte-americana e o atraso na resolução da arbitragem da Boeing prejudicariam os resultados do mercado de jatos executivos e de serviços e suporte.

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JP eleva otimismo com Embraer

O JP Morgan também aumentou as estimativas de Ebitda da Embraer para 2025 em 7%, refletindo uma alta equivalente nas receitas devido às perspectivas positivas para a defesa.

“Vemos receitas no segmento em US$ 785 milhões contra US$ 650 milhões anteriores”, dizem.

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Além disso, o recente pedido da American Airlines resultou em um aumento das margens esperadas para 2025 e 2026.

“Nossa estimativa de Ebitda para 2024 está 8% acima do consenso, e nossa estimativa para 2025 está 6% acima do consenso”, afirmam.

Em reação às novas projeções do JP, as ações de Embraer lideravam a ponta positiva do Ibovespa (IBOV) no pregão de hoje. Às 13h30, EMBR3 saltava 6,63%, a R$ 32,95.