Embraer (EMBR3) está descontada ou futuro é menos promissor do que parece? Veja a avaliação de 4 analistas após Investor Day
A Embraer (EMBR3) realizou o seu Investor Day em Nova York na segunda-feira (18), gerando sentimentos mistos em analistas de bancos e corretoras.
Nesta terça (19), os papéis operaram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV), chegaram a cair 5%. EMBR3 encerrou o pregão com baixa de 2,19%, a R$ 54,44. Apesar da realização, a companhia acumula alta de 143,14% no ano.
Analistas do BTG Pactual destacam a presença de clientes e parceiros chave no evento, o que ajudou a reduzir o viés comportamental. Eles afirmam que esta foi uma diferença importante em relação ao evento realizado no Brasil.
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Segundo eles, a mensagem da Embraer manteve o tom otimista adotado desde o evento brasileiro e a teleconferência do terceiro trimestre.
Embora reconheçam que alguns investidores locais parecem “perplexos” com o forte desempenho das ações, muitos investidores estrangeiros continuam a comprar a tese, dado o panorama de um ciclo favorável de longa duração para a empresa.
“Em resumo, a ação oferece forte exposição cambial e um sólido momento de resultados, compensando um valor de mercado que não está tão barato quanto antes, já que o preço das ações quase dobrou em dois anos (próximo ao recorde desde a crise financeira global de 2008)”, avaliam.
O BTG tem recomendação de compra para EMBR3, com preço-alvo de R$ 68. O valor representa um potencial de alta de 22% em 12 meses, em relação ao fechamento desta segunda-feira, em R$ 55,66.
Para o Itaú BBA, a mensagem geral foi positiva, uma vez que os executivos aproveitaram a oportunidade para destacar as vantagens competitivas da Embraer. A empresa ressaltou o foco inabalável em suas capacidades de engenharia, o que permitiu à Embraer entregar produtos de alta qualidade.
“Continuamos a considerar a Embraer uma de nossas principais escolhas, apesar das ações terem superado seus níveis históricos de preçificação. Ela ainda mantém apelo quando comparada à Airbus e à Boeing”.
Além disso, os analistas avaliam qe a companhia se alinha bem com investidores que buscam exposição a casos de desalavancagem não vinculados aos desafios macroeconômicos do Brasil.
A classificação do BBA para a ADR da Embraer (ERJ) é “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de US$ 43, com potencial de valorização de 11% ante o fechamento de segunda (US$ 38,81).
Já analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos ponderam que, em meio a umta alta de 148% no acumulado do ano, as ações continuam negociando com um desconto de 17% em relação à sua média histórica de múltiplos.
Nesse sentido, colocam que esse múltiplo de negociação não reflete:
- Uma potencial expansão da margem Ebitda para 12,9% até 2026 (de 10% em 2024, excluindo a indenização de US$ 150 milhões da Boeing; e acima do consenso de 12,3%);
- Novos pedidos potenciais para a aeronave C-390 que pode chegar a 113 unidades apenas da Índia e da Arábia Saudita, sem mencionar pedidos menores de outros países;
- Aumento nas vendas de aeronaves E2.
“Em geral, mantemos nossa recomendação de Compra e preço-alvo para o final de 2025 de R$ 58,00”. Esse preço representa um potencial de alta de 4%.
UBS BB no cortou preço-alvo da Embraer
Em um campo bem menos otimista, o UBS BB cortou sua recomendação para as ações e ADRs (American Depositary Receipt) da Embraer (EMBR3; ERJ) de Neutra para Venda, afirmando que o “mercado está otimista demais” com a empresa.
Os analisras destacam em relatório que existem dois tipos de investidores para o caso da Embraer. O primeiro são os locais, motivados por resultados de curto a médio prazo.
Já o outro tipo são os investidores estrangeiros de longo prazo (long-only), que acham que a ERJ teria muito potencial se se juntasse ao duopólio da Airbus e da Boeing no mercado de aeronaves narrow-body (tipo de avião comercial que possui um corredor único na cabina).