Empresas

Embraer (EMBR3): Entregas sobem 33% no trimestre e empresa renova recorde

18 out 2024, 18:36 - atualizado em 18 out 2024, 18:42
Embraer
(Imagem: Divulgação)

A Embraer (EMBR3), que vive céu de brigadeiro na bolsa, viu as entregas subirem 33% em relação ao mesmo período do ano passado, renovando recorde de US$ 22,7 bilhões da carteira de pedidos, mostra documento enviado ao mercado nesta sexta-feira (18).

  • Leia mais: Caixa muda regras de financiamento imobiliário e analista recomenda o que fazer com as ações de construtoras; veja aqui

Ao todo, a companhia entregou 57 aeronaves, ante 43 um ano atrás.

A aviação comercial entregou 16 jatos, e a aviação executiva outros 41. Durante o trimestre, defesa & segurança entregou duas aeronaves C-390 Millennium – a primeira aeronave para a Hungria e a sétima para o Brasil.

Do segundo para o terceiro trimestre de 2024, defesa & segurança registrou o maior aumento na carteira de pedidos (+US$ 1,5 bilhão), seguida por Serviços & Suporte (+US$ 367 milhões), enquanto a aviação executiva e a comercial registraram reduções marginais.

“O declínio nominal na carteira de pedidos em relação ao seu nível histórico máximo é explicado pelo aumento das entregas e pelo período sazonalmente mais lento para vendas, característico do verão no hemisfério norte”, diz.

Os jatos médios e supermédios Praetor 500 e Praetor 600 representaram quase metade (19 jatos) das entregas da unidade de negócios, impulsionados pelo momento positivo desta família de aeronaves.

Enquanto isso, o Phenom 300, aeronave mais vendida em sua categoria por 12 anos consecutivos em todo o
mundo, teve mais uma vez o melhor desempenho no trimestre (com 18 jatos).

Na aviação comercial, foram entregues 16 jatos (12 unidades da família E2 e 4 da família E1), o que representa aumento de mais de 5% em relação ao trimestre equivalente em 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Embraer dispara no ano

A Embraer dispara 117% no ano. Na semana, a companhia subiu mais 6,20%. Isso porque a fabricante de aeronaves brasileira anunciou um investimento de até US$ 70 milhões para a expansão da rede de serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos.

Segundo a companhia, o recuso será destinado para a abertura de um novo centro de serviços para jatos comerciais no Aeroporto Perot Field Alliance, localizado em Fort Worth, no Texas.

expectativa é que as operações tenham início no primeiro trimestre de 2025, em um hangar já existente. Um segundo galpão será construído com a previsão de conclusão em 2027.

Com o investimento, a Embraer prevê aumentar em 53% sua capacidade instalada, com foco em jatos comerciais (E-Jets) no território norte-americano.

Em relatório, o Itaú BBA afirma que a fabricante de aeronaves está “prestes a entrar em um novo capítulo”.

“Até agora, a maior parte do rali de 300% visto desde suas mínimas em 2022 foi impulsionada por uma reclassificação das ações. Acreditamos que agora as ações devem se mover de acordo com as revisões de consenso para cima (que foram mínimas até agora) e o desenrolar de suas entregas operacionais”, escreve o analista Daniel Gasparete em relatório.

O banco também considera que o cenário atual do setor é favorável para a Embraer, com as companhias pares enfrentando recuperação.

Isso porque, além de Embraer, apenas Boeing e Airbus estão autorizadas a construir aeronaves comerciais para voar em todas as partes do mundo.

Mas as duas companhias enfrentam problemas operacionais e restrições de capacidade — já que seu backlog (carteira de pedidos) está próximo de 10 anos.

“A Embraer, após concluir seu turnaround (recuperação) após a quebra do acordo da Boeing em 2020, está operando com muito menos restrições (backlog de 4 anos) e ainda abaixo de sua capacidade total (entregas comerciais de 76 aeronaves em 2024 versus capacidade de 105)”, diz o relatório.

O banco também avalia que há um espaço para a melhoria do backlog. Em 2024, as entregas totalizam cerca de 80% da capacidade da companhia e uma melhoria na lucratividade.

Com Liliane Lima