Embraer (EMBR3) adia planos para avião turboélice
A Embraer (EMBR3) anunciou nesta terça-feira que vai adiar o desenvolvimento de um avião turboélice que pretendia lançar em meados do próximo ano, citando dificuldades com fornecedores para viabilizar a aeronave.
A companhia, que não tem turboélices para transporte de passageiros, anunciou neste ano que divulgaria fornecedor do motor da nova aeronave neste quarto trimestre e que conversava com as fabricantes Pratt & Whitney e Rolls-Royce.
“A Embraer decidiu adiar a decisão de prosseguir com uma aeronave turboélice de próxima geração, mas trabalhará em estreita colaboração com fornecedores em potencial ao longo de 2023 para garantir os negócios que o programa exige”, disse a empresa em comunicado.
Questionada sobre o motivo do adiamento, a companhia afirmou que “as opções disponibilizadas por poucos fornecedores não alcançam” exigências cobradas por companhias aéreas. O segmento de turboélices é dominado pela europeia ATR, uma joint-venture entre Airbus e a italiana Leonardo.
A Embraer afirmou “que há uma forte demanda global por aeronaves turboélices de nova geração”, mas que conforme conversas com “diversas companhias aéreas”, o desenvolvimento do novo avião “só se tornará viável caso alcance metas em desempenho, manutenção e sustentabilidade”.
O turboélice que estava sendo estudado usaria o mesmo design dos jatos comerciais da companhia, com motores instalados na cauda, afirmou o vice-presidente de engenharia e tecnologia da companhia, Luís Carlos Affonso, em agosto do ano passado.
A aeronave seria capaz de transportar entre 70 e 90 passageiros. Affonso afirmou na ocasião que o consumo de combustível seria pelo menos 20% menor que o de jatos, além de ser mais silenciosa para os passageiros que os turboélices atuais que têm os motores instalados nas asas.