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Embraer e Boeing juntam forças na aviação comercial; entenda o negócio

05 jul 2018, 8:53 - atualizado em 05 jul 2018, 9:08

A Embraer (EMBR3) e a Boeing anunciaram nesta quinta-feira (5) a criação de uma joint venture que passará a desenvolver os negócios de aviação comercial. A americana irá adquirir, mediante pagamento com ações de emissão da nova empresa, de forma que a Embraer e a Boeing passem a deter, respectivamente, 20% e 80% do capital social total.

A transação avalia 100% das operações de aviação comercial da Embraer em US$ 4,75 bilhões de dólares, o leva ao pagamento pela Boeing do valor de US$ 3,8 bilhões pelos 80% na joint venture. A expectativa é que a parceria gere sinergia anual de custos estimada de cerca de US$ 150 milhões – antes de impostos – até o terceiro ano. As duas empresas não poderão vender as suas respectivas ações da nova sociedade pelo prazo de 10 anos.

“Esta importante parceria está claramente alinhada à estratégia de longo prazo da Boeing de investir em crescimento orgânico e retorno de valor aos acionistas, complementada por acordos estratégicos que aprimoram e aceleram nossos planos de crescimento”, disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing.

A nova empresa será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO. A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Muilenburg. A União permanecerá com os direitos decorrentes da sua titularidade sobre a ação ordinária de classe especial de emissão da Embraer (golden share).

Outros acordos

Embraer

Além da área comercial, as duas fabricantes irão ainda criar outra joint venture para a promoção e desenvolvimento de novos mercados e aplicações para produtos e serviços de defesa, em especial o avião multimissão KC-390.

“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse Nelson Salgado, vice-presidente executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer.

Serão ainda firmados contratos operacionais de longo prazo envolvendo a prestação de serviços de engenharia, licenças recíprocas de propriedade intelectual, acordo de pesquisa e desenvolvimento, acordo de compartilhamento de uso de determinados estabelecimentos, acordo de preferência no fornecimento de determinados produtos e componentes, e um acordo para maximizar potenciais oportunidades na cadeia de suprimentos.

“A combinação de negócios com a Boeing deverá gerar um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira, com maior potencial de vendas, aumento de produção, geração de emprego e renda, investimentos e exportações, agregando maior valor para clientes, acionistas e empregados”,  disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer.

Caso os documentos definitivos sejam celebrados e todas as autorizações necessárias pelas autoridades governamentais tenham sido obtidas dentro dos prazos esperados, a Embraer espera que a operação seja concluída até o final de 2019.

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