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Embraer decola 14% após fala de CEO da Lufthansa sobre possíveis encomendas

17 fev 2021, 18:30 - atualizado em 18 fev 2021, 1:51
Aeronave, Aviação, Embraer
Em rápido comentário, a Ativa Investimentos afirma que o novo pedido ainda não parece adequado para uma renovação de frota deste tamanho (Imagem: YouTube/Embraer)

A Embraer (EMBR3) fechou em forte alta na sessão desta quarta-feira (17) após o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, afirmar que a empresa pode precisar adequar pedidos feitos antes da pandemia. Em sua fala, o executivo disse que além de Boeing (BA) e Airbus, está em negociações com a Embraer.

Com isso, os papéis da aérea decolaram 14,09%, a R$ 11,50, enquanto o Ibovespa (IBOV) subiu 0,78%, a 120.355,79 pontos.

Em rápido comentário, a Ativa Investimentos afirma que o novo pedido ainda não parece adequado para uma renovação de frota deste tamanho. Além disso, a concorrência com a Airbus e seu A-220 deve ser levada em consideração no mapeamento de riscos para a Embraer.

“Apesar de, com a brasileira, o movimento não envolver a troca de aviões grandes por pequenos e possivelmente, a atualização da frota de subsidiária regional, composta atualmente por E-190 e E-195 de 1º geração, classificamos o movimento em Embraer hoje como especulativo”, argumenta.

Luz no fim do túnel?

A companhia divulgou na sexta-feira passada relatório de entregas de aeronaves mostrando uma aceleração nas entregas de aeronaves no quarto trimestre, embora no ano como um todo os envios aos clientes caíram quase 35%.

Recentemente, a Ágora Investimentos rebaixou a recomendação da Embraer de neutro para venda, com preço-alvo de R$ 5 até o final de 2021, o que implica desvalorização de 45% por conta, justamente, da falta de grandes encomendas de aeronaves.

“No geral, nós estamos alterando a recomendação da Embraer para venda, uma vez que sua estimativa de entregar 74 aviões em 2021 parece demasiadamente otimista se comparado ao nosso cenário base de 41 entregas”, afirmou.

Crise sem fim

Apesar da recente recuperação, as ações da Embraer vêm provocando ceticismo nos investidores desde o fim do acordo com a Boeing.

Segundo o contrato, a Boeing assumiria a unidade de aviação comercial da Embraer, pagando 4,21 bilhões de dólares por uma fatia de 80%. Na época, a demanda por jatos estava subindo e a Embraer estava sentindo o aperto de lutar como fabricante de aviões independente contra os titãs Boeing e Airbus.

A crise do coronavírus piorou em março e a Boeing começou a discutir abertamente obter alguma assistência do governo dos EUA, enquanto se aproximava de fechar o acordo com a Embraer. A crise gerada pelo Boeing 737-Max também contribuiu para a americana abandonar o negócio.

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