Embaladas por retomada, lucros das empresas devem crescer 180% no 2º tri, aponta Santander
As empresas de capital aberto na Bolsa devem entregar resultados fortes no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, aponta o Santander em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.
O banco calcula uma alta de 180% nos lucros, expansão de 40% nas receitas e 91% no Ebitda, que mede o resultado operacional.
“Os cíclicos globais – produtores de commodities, especialmente a Vale (VALE3) – mais uma vez devem contribuir para este crescimento robusto anual, em nossa visão. Excluindo este setor, esperamos um crescimento de Ebitda mais ameno de 12% em relação ao ano anterior”, aponta o analista Ricardo Peretti.
Além das commodities, outros fatores como a base de comparação fraca em relação ao ano anterior e a economia em reabertura também ajudarão a inflar as cifras das empresas.
Em uma base trimestral, o Santander espera que o resultado do segundo trimestre seja um pouco mais forte se comparado ao do primeiro, com o lucro líquido crescendo 9%.
Os destaques positivos ficarão para BR Distribuidora (BRDT3), CSN (CSNA3), Santos Brasil (RAIL3) e Totvs (TOTS3). Do outro lado, AES Brasil (AESB3), BB Seguridade (BBSE3), Hapvida (HAPV3) e Ultrapar (UGAP3) devem reportar números mais fracos.
Luz no fim do túnel?
O otimismo tão é percebido pela XP Investimentos.
De acordo com relatório obtido pelo Money Times, com a melhora nas perspectivas econômicas e redução de riscos ao longo do segundo trimestre, as projeções de lucro continuam a mostrar crescimento.
E é importante lembrar que os lucros gerados pelas empresas são os fatores que impulsionam a Bolsa no médio e longo prazo, reforçam Fernando Ferreira, Estrategista-chefe da XP e Jennie Li, estrategista em Ações.
“O mercado espera um forte crescimento de Lucro por Ação (LPA) das empresas do Ibovespa (IBOV) em +255%, parcialmente explicado pela base de comparação mais fácil no ano passado, quando os lucros das companhias foram severamente afetadas pela crise da pandemia”, destaca a dupla.
É claro que a corretora não poderia deixar escapar as discussões em torno da reforma tributária do seu radar, que trouxeram tensão e cautela ao mercado quando Paulo Guedes colocou os fundos imobiliários e as companhias boas pagadoras de dividendos na berlinda.
“A tributação as empresas levaria a um incentivo maior para as companhias reterem os seus lucros e reinvestir no seu crescimento futuro o que é positivo para a companhia e para o acionista no longo prazo”, pontuam os analistas da XP
Além disso, as empresas teriam também um incentivo a fazer mais recompras de ações, que é outra forma de recompensar os investidores além da distribuições de dividendos e JCP.